Política Titulo Botinas do ex-presidente
Bolsonaro vira nome de linha de calçados, incluindo botinas e chinelos de borracha

Com nomes como Chinelo Crocs Bolsonaro Puro Mito e Tênis Patriota Style, os sapatos custam entre R$ 99 e R$ 329

15/01/2024 | 13:22
Compartilhar notícia
Chinelo Crocs Bolsonaro Puro Mito é um dos produtos vendidos (FOTO: Reprodução)


O ex-presidente Jair Bolsonaro virou nome de uma linha de calçados produzida por uma empresa que pertence a um grupo de apoiadores. Batizada de "Botinas Bolsonaro", a marca vende sapatos, botinas de couro e chinelos de borracha e tem o ex-presidente como "garoto-propaganda".

 

Com nomes como "Chinelo Crocs Bolsonaro Puro Mito", "Tênis Bolsonaro Liberdade Style" e "Tênis Patriota Style", os sapatos custam entre R$ 99 e R$ 329. Há modelos masculinos, femininos e infantis. O site também vende meias com o nome do ex-presidente estampado.

Em vídeo nas redes sociais da marca, o próprio Bolsonaro é presenteado com uma botina de couro, que leva seu nome bordado em azul, verde e amarelo. Segundo a empresa, o ex-presidente permitiu que seu nome fosse usado na linha de calçados. 

A empresa dona da marca está registrada no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como RVMHS Comércio e Distribuição, com nome fantasia Kanastra, e pertence a três apoiadores do ex-presidente. O registro foi feito em abril de 2023. O site é mais recente, de julho. O primeiro post no Instagram da marca é de setembro de 2023. Os sócios-proprietários são Lorena Montalvão Batista, Marcel Henrique Stefens e Ricardo Vidal de Oliveira.

Sem citar datas, a descrição da marca no site diz que a parceria entre Bolsonaro e a empresa foi fruto de uma "admiração mútua", em que o ex-presidente, por "apreciar e confiar na qualidade singular" dos produtos, teria "gentilmente" os "honrado" com sua assinatura. O texto termina com a afirmação de que "estar ao lado de uma pessoa iluminada e majestosa como Bolsonaro é uma honra".

Apesar de vender sapatos, a empresa de Nova Serrana (MG), com capital declarado de R$ 200 mil, também está cadastrada para exercer atividades de aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas, produção de espetáculos de dança, apoio à agricultura, serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas, entre outros.

Uugton Batista, que é relações públicas da marca e pai de Lorena Montalvão Batista, sócia da marca, diz que é amigo pessoal de Bolsonaro desde 2018, quando, segundo ele, ofereceu apoio ao então candidato à Presidência para uni-lo a nomes consagrados do sertanejo nacional.

Batista afirma que pediu para Bolsonaro para usar o seu nome e, em troca, pagaria uma porcentagem das vendas. Segundo ele, Bolsonaro então teria recusado a proposta, deixando que a marca usasse o nome sem receber royalties.

Embora venda somente calçados, a descrição do site diz que a linha também conta com vestimentas em couro e produtos eletrônicos, sem especificar quais. Batista afirma que os produtos ainda serão lançados e que, o plano, é abrir lojas físicas em 2025 para, além de vender os produtos, servir como "ponto de encontro dos bolsonaristas".

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também aparecem em vídeos ganhando produtos da marca. "Já tenho o meu para fazer minha campanha", disse Nikolas ao receber o modelo "Patriota Style" de presente. O irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, também aparece em um vídeo, abrindo a caixa com a ilustração do irmão desenhada e calçando as botas.

Ao fazer propaganda de um modelo de sandálias de borracha, o site chama Bolsonaro de "uma figura icônica da história" e afirma que ao usar as sandálias o cliente estará "prestando tributo" a ele.

Com os slogans "as origens do mito" e "passos firmes com o agro", o site estampa montagens com a foto de Bolsonaro montado em um cavalo, contra o sol, em que aparece sorridente e iluminado. No site, há um alerta sobre essa ser a única marca "autorizada e endossada" pelo próprio Bolsonaro.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;