O deputado federal Fernando Marangoni (União Brasil) liderou os gastos de dinheiro público via cota parlamentar entre os quatro integrantes da bancada do Grande ABC em Brasília no ano de 2023. Levantamento feito pelo Diário no Portal da Transparência da Câmara, com dados atualizados até sexta-feira, mostra que o legislador com domicílio eleitoral em Santo André reembolsou despesas no valor de R$ 481.067,35.

Marangoni direcionou a maior parte das despesas, R$ 291.074,48, ou 60,5% do total, à divulgação do mandato. Juntos, os quatro parlamentares com domicílio eleitoral na região gastaram no ano passado R$ 1.448.651,10 com atividades parlamentares. Em novembro, a bancada do Grande ABC perdeu um integrante.

Marcelo Lima (PSB), de São Bernardo, teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por infidelidade partidária. Mesmo assim, com apenas dez meses de atuação (tomou posse em fevereiro), foi o segundo deputado da região no ranking de gastos: R$ 427.038,39.

Na terceira colocação entre os deputados federais da região que mais gastaram dinheiro público para exercer as atividades parlamentares aparece Vicentinho (PT), também de São Bernardo. Em 2023, ele reembolsou R$ 372.179,08.

Alex Manente (Cidadania), outro dos deputados federais de São Bernardo, foi o integrante da bancada do Grande ABC que menos gastou a cota parlamentar. Até a noite da última sexta-feira, quando a equipe do Diário coletou os dados que amparam esta reportagem, ele havia apresentado notas no valor de R$ 168.366,28.

Segundo a Câmara, a cota parlamentar, instituída pela mesa diretora em 2009, deve ser utilizada para custear despesas do exercício do mandato, como aluguel de escritório de apoio no Estado de origem, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro, combustível, entre outras.

‘Condizente com a forte e exacerbada atuação’, justifica o político andreense

O deputado federal Fernando Marangoni (União Brasil), que tem domicílio eleitoral em Santo André, disse ao Diário que o gasto da cota parlamentar em 2023 “é totalmente condizente com a forte e exacerbada atuação parlamentar”. Ele assegura que nos 11 primeiros meses de trabalho na Câmara apresentou 1.254 proposições e realizou 81 relatorias.

Entre os itens que Marangoni apresentou para justificar a liderança no ranking de gastos da bancada regional, estão “passagens aéreas de ida e vinda de Brasília a Santo André e lugares que o deputado cumpriu agendas”. Lembrou, ainda, que a relatoria do programa Minha Casa, Minha Vida obrigou-o a percorrer “o País para escutar pessoas”.<TL>