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Varejo vai negociar etiqueta antifurto com fornecedores
Leone Farias
Da Redaçao
13/10/2000 | 21:10
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Algumas das maiores redes de supermercados do Brasil - entre elas a Coop, de Santo André, Wal-Mart, Sonae e Grupo Pao de Açúcar - vao negociar com cerca de 30 indústrias a adoçao do programa de etiquetagem na origem. O programa permitiria a reduçao de custos operacionais do varejo a partir do recebimento de mercadorias já etiquetadas com sistema antifurto na fase da produçao. Para tanto, as redes realizam um encontro, na próxima quarta-feira, com as fabricantes no Hotel Maksoud Plaza, em Sao Paulo.

O programa de etiquetagem na origem, conhecido internacionalmente como UPP (Universal Protection Products), reduz em até 20% os custos de operaçao das etiquetas antifurto, segundo estimativas do Núcleo de Etiquetagem na Origem (NEO), formado por líderes do setor supermercadista. "Com o crescimento do programa, as indústrias também saem ganhando, pois vao vender mais", afirmou Martinho Moreira, da rede Davó Supermercados e coordenador do NEO.

Moreira explicou que o ganho da indústria resultará do maior giro de mercadorias nos supermercados. "Ao chegar já etiquetado, as lojas abreviam em pelo menos 24 horas o tempo que levam para disponibilizar o produto para os consumidores." Com tudo isso, ele prevê que as redes poderao oferecer produtos com preços menores, já que terao uma reduçao de custos, enquanto as indústrias ganharao com a melhor visibilidade e agilidade na exposiçao dos produtos.

Além da rapidez na reposiçao, a etiquetagem na origem poderia reduzir perdas com furtos. "Com esse processo, as mercadorias já chegam ao estoque etiquetadas, o que permite ao supermercado controle absoluto sobre o saldo de mercadorias, evitando perda de venda por falta de estoque e vigilância permanente contra furtos internos", afirmou Ruy Chaves, diretor geral do Grupo Plastrom Sensormatic, líder mundial em segurança eletrônica e fornecedora da tecnologia Ultra-Max, adotada pelo Programa de Etiquetagem na Origem.

O presidente da Coop, Antonio José Monte, acrescentou que problemas de furto ocorrem principalmente em produtos pequenos, como filmes, pilhas e aparelhos de barbear, que por esse motivo têm de ficar expostos próximos aos caixas dos estabelecimentos. "Os supermercados deixam de comprar lotes grandes, já que sabem que serao roubados. Com o fecho de segurança na origem, poderia haver uma mudança no hábito de exposiçao dos produtos."

Segundo Monte, hoje os furtos representam em média entre 1% e 1,5% do volume de vendas das redes, e a conscientizaçao dos fornecedores poderia fazer com essas perdas se reduzissem em pelo menos 0,5 ponto percentual. "Para um setor que movimenta R$ 60 bilhoes, é algo significativo", disse.

Entre os convidados a participar da negociaçao estao algumas empresas com produtos mais visados pelos furtos nos supermercados: Kodak, Fuji, Gillete, Duracell, Revlon, entre outras.




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