Política Titulo Completa 75 anos
Cedenho se ‘aposenta’ do TRF-3 e volta às origens

Um dos profissionais mais destacados da região, ele encerra seu ciclo porque amanhã completa 75 anos e deixa a Corte

Wilson Moço
Do Diário do Grande ABC
03/12/2023 | 07:00
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Um dos mais destacados profissionais do direito no Grande ABC, Antonio Carlos Cedenho cumpre hoje seu último dia como desembargador e vice-presidente do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), cargo que ocupa desde fevereiro de 2022 – o mandato é de dois anos. Após 19 anos e seis meses como integrante daquele que é o maior TRF do País, Cedenho encerra seu ciclo porque amanhã completa 75 anos e deixa a Corte por aposentadoria compulsória. Nascido na Capital, construiu raízes em Santo André, onde ainda mora, e fez carreira como advogado no Grande ABC, com 30 anos de carreira até migrar para o TRF-3.

A aposentadoria enquanto magistrado do TRF-3 não significa que Cedenho pretende apenas aproveitar a vida a partir de amanhã. Muito pelo contrário, até porque já começou a pensar no novo futuro, que deve começar em janeiro, após período de férias neste mês. “Devo dar entrada em janeiro no processo para recuperar meu registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que ficou suspenso, vamos dizer assim, enquanto estive no TRF. Dezembro será para férias, mas em janeiro começo a estudar qual caminho seguir. Minha intenção é trabalhar com consultoria, mas vamos ver o que a vida propõe”, disse ao Diário na sexta-feira, dois dias antes de se tornar um aposentado.

Na conversa com a reportagem, Cedenho aproveitou para fazer um balanço do período em que ficou como vice-presidente do TRF-3, e avaliou que seu maior legado foi ter conseguido agilizar a tramitação de processos com o trabalho de digitalização. Segundo levantamento do órgão, no período de março de 2022 a outubro último, o departamento produziu 116.504 atos judiciais, com decisões, despachos e julgamento de recursos. 

No mesmo intervalo de tempo, a área recebeu 72.147 processos, mas “demos cabo de 79.470”. A diferença, segundo ele, é porque quando assumiu havia 19.834 parados, “e estamos deixando para análise 2.522”, conforme o relatório de 21 de novembro, o mais atualizado.

“Os processos que entram hoje na vice não ficam parados, pois a análise e a distribuição são agilizados, justamente por serem eletrônicos. A única sessão que ainda demora um pouco é a tributária (existem ainda as sessões cível, previdenciária e penal), porque o volume de processos é muito superior, assim como o número de recursos”, disse. “Trabalhamos na base da gestão, com um gestor em cada uma das quatro áreas, o que melhora o gerenciamento e agiliza o trabalho”, explicou.

Presidente da OAB de Santo André por quatro mandatos consecutivos, Cedenho vai voltar às origens, mas com o olhar voltado para o trabalho de consultoria em qualquer das quatro sessões, pois teve a oportunidade de atuar em todas no TRF-3, “o que não é muito comum”. Mas não esconde que está aberto a colaborar com a cidade. “Se eventualmente Santo André me requisitar para alguma coisa, se for em prol da sociedade, estarei à disposição, até como forma de retribuir todo apoio que recebi. Tenho enorme sentimento de gratidão por tudo aquilo que a cidade me proporcionou.”




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