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Educação antirracista é o norte de programa nas escolas em Diadema

Personagens negros e indígenas dão o tom das aulas em ação no município

Jaque Correa
Especial para o Diário
19/11/2023 | 07:00
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Divulgação


Quilombos eram comunidades formadas por pessoas que fugiam da escravidão e lá podiam viver em liberdade. No maior de todos os quilombos, o de Palmares, no Nordeste, viveu Zumbi dos Palmares, cuja história se notabilizou pela batalha contra quem os escravizava. Ele morreu lutando, em 20 de novembro de 1695.

Passados 328 anos, a trajetória de Zumbi serve de inspiração para estudantes do quinto ano da Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Marieta de Freitas Martins, de Diadema. Eles participam do programa municipal Dandara e Piatã, com atividades que valorizam a história de lutas e resistência da cultura africana e indígena.

Ana Gabriela Freitas Silva, 10 anos, tem um novo assunto preferido: o Maculelê, uma dança de matriz afro-indígena, que tem origem em uma lenda antiga. “A história é sobre um homem que vivia em um quilombo. Um dia, sozinho, o quilombo foi invadido, então ele pegou dois bastões, que a gente chama de ‘grima’, para lutar contra os invasores”, explica. 

Na dança favorita de Ana, também são usados bastões, que fazem referência à lenda.

Letícia da Silva Moraes,11 anos, apaixonada pelas aulas, conta o que aprendeu sobre a importância das atividades, “Tem muitas pessoas racistas e aqui a gente consegue aprender sobre essas culturas. Eu acho que é muito importante saber mais da história africana, indígena, e saber que todo mundo é igual”. 

O programa usa jogos como Mancala Awalé e Jogo da Onça, além de brincadeiras, leituras e atividades culturais para engajar as crianças nas temáticas abordadas. 

Katia Maciel, professora do Dandara e Piatã que dá aula na escola, explica o foco do programa. “O nosso papel com as crianças é apresentar, por um olhar menos europeu, como foi o processo de constituição do País, focado na valorização das culturas africana, indígena, raízes da história brasileira”. O programa que atende diretamente 11 mil crianças da rede pública, foi implementado em 2022.

APOIO PEDAGÓGICO

O programa também conta com o ‘Tesouros de Dandara e Piatã’. Um baú, que leva às escolas 92 livros temáticos, além de tecidos africanos, instrumentos musicais, objetos pertencentes às culturas indígenas e africanas, lápis cor de pele e mapas da África. 

DANDARA E PIATÃ?

O nome, junta termos das culturas africana e indígena. Dandara dos Palmares foi uma mulher forte e guerreira que lutou até o fim por seu povo. Sobreviveu à escravidão e liderou, lado a lado com Zumbi. Já Piatã é um termo de origem tupi que significa ‘pé duro’, ‘pedra dura’ ou ‘homem forte’.




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