Diarinho Titulo Diarinho
Como encarar o momento da despedida

É preciso saber como falar das perdas para as crianças, de modo a amenizar a dor do luto

Lays Bento
29/10/2023 | 07:00
Compartilhar notícia


A morte de uma pessoa querida, ou mesmo de um bichinho de estimação, gera dor. É um momento delicado para os adultos e mais ainda para as crianças, que não conseguem entender por que alguém ‘vira uma estrelinha’ e desaparece. 

Na quinta-feira é comemorado o Dia de Finados, data que foi instituída no Século X, pela Igreja Católica, para homenagear as pessoas que se foram.

Falar de morte é um assunto complexo. O desenhista e escritor Ziraldo usou seu talento para tratar do tema no livro Menina Nina: Duas Razões para Não Chorar, publicado pela primeira vez em 2002. Na obra, ele relata a relação entre sua mulher, Vilma Gontijo (Vovó Vivi) e a primeira neta, Nina Amarante. Desde o nascimento de Nina – ‘Vovó, ao ver a Nina pelo vidro do berçário, pulava feito menina em festa de aniversário (vovó era mais menina do que a neta que nascia)’ – até a morte da avó – ‘Vovó, você nunca disse que ia embora assim, sem dizer adeus”.

A psicopedagoga Camila Capel também aborda o tema no livro A Mala do Opa, que fala da garota Helena, que passava férias com a família, quando seu avô (opa, em alemão) morreu. A garota então passa a questionar a mãe sobre o fim da vida, o que iria acontecer com o ‘opa’.

O tema aparece também na animação Viva – a Vida é uma Festa, da Disney Pixar, que se passa no México, no Dia dos Mortos, que, na cultura mexicana, é uma data festiva.

Como nem todo mundo consegue transformar o momento dolorido em um livro ou uma obra de arte, é preciso aprender a falar sobre o assunto. Principalmente para os pequenos. 

“A criança precisa de ajuda dos adultos para entender a morte, seja de alguém querido ou de um animal de estimação. Entendemos que quando a perda não é explicada para a criança, ela tende a fantasiar e isto pode causar sofrimento”, afirma a psicóloga Nirã dos Santos Valentim.

Ela ressalta a importância da conversa franca e cuidadosa. “Não é incomum a criança pensar que a morte pode ter sido culpa sua ou porque deixou a pessoa que morreu brava, chateada com ela, ou porque em algum momento teve sentimentos ruins por essa pessoa. Sendo esclarecido para a criança, de uma forma cuidadosa, que a pessoa não escolheu abandoná-la e que ela não teve nenhuma culpa no ocorrido, vai poder vivenciar a dor da perda”, afirma. “ Outra coisa importante é permitir que a criança chore, fale sobre quem morreu e se sinta acolhida em suas dúvidas e medos”. completa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;