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Comerciantes temem ter de sair da prainha do Riacho Grande
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
28/08/2008 | 07:27
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Os 24 comerciantes que trabalham na prainha da Represa Billings no Riacho Grande, em São Bernardo, temem ter de deixar o local a qualquer momento. A Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.), órgão do governo do Estado responsável pela área, sinalizou a intenção de pedir a desocupação do local. O caso é avaliado pelo departamento jurídico da empresa.

A Emae alega que a Prefeitura não cumpre o previsto em comodato firmado em 1974, que dava à Prefeitura acesso às águas da Billings e autorizava a plantação de gramados, hortaliças e outras espécies de vegetais rasteiros. Como a utilização da área não estava em acordo com o documento, a Emae informou que tomará as "providências judiciais cabíveis."

Os donos dos trailers não pagam impostos e têm uma autorização informal do município para comercializar comidas e bebidas na beira da represa. A maioria está lá há mais de uma década.

"Sabemos que não somos donos de nada e que não temos garantia nenhuma por não pagar impostos. Mas não estamos dispostos a abrir mão disto facilmente", desabafa o vice-presidente da Associação dos Comerciantes do Riacho Grande, Antonio Sulpino de Sá Neto, 55 anos. É com o lucro do trailer que ele sustenta a mulher e os três filhos. "Já tenho mais de cinqüenta anos e estou fora do mercado de trabalho, dependo disto para sobreviver."

O comerciante Valdir Martins Moreira, 54, compartilha a situação. Ele trabalha na prainha há 18 anos e sustenta os cinco filhos. "Todos os barraqueiros daqui são pais de família."

O subprefeito do Riacho Grande, José Ramos de Oliveira, disse que a Prefeitura de São Bernardo há mais de um ano solicita um novo termo de convênio com a Emae. Até agora, o município não recebeu nenhum aviso oficial para desalojar os comerciantes.

"O despejo não melhora a situação da prainha. Se isto acontecer, os ambulantes que vêm de todos os lugares do Grande ABC vão deixar a área ainda mais problemática", afirmou Oliveira.

Se a Emae exigir a retirada dos ambulantes, o subprefeito pretende abrigá-los no calçadão da Praça Olavo Fontoura, ao lado da prainha.




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