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Moradores reclamam de falta de mobilidade urbana em São Bernardo

Venda de áreas públicas para construções imobiliárias deve agravar o congestionamento na região da Avenida Aldino Pinotti, dizem os munícipes

Thainá Lana
20/10/2023 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Moradores da região central de São Bernardo reclamam de falta de mobilidade urbana nas avenidas Lauro Gomes, Pereira Barreto e Aldino Pinotti. Segundo os residentes, o problema teve início com o aumento do número de construções de prédios e tem se agravado com as obras do BRT-ABC, em especial pela falta de alternativas viárias, por parte da Prefeitura, durante a execução dos trabalhos.

Desde 2017, a administração são-bernardense intensificou a venda de áreas, sobretudo na Avenida Aldino Pinotti (próximo ao Shopping Metrópole) e na Rua Doutor Marcel Preotesco, para construção imobiliária. Conforme afirma o morador Angelo Eduardo Marcolino, 41 anos, atualmente há cinco construções simultâneas de apartamentos na região, que deve resultar na abertura de 2.500 apartamentos.

“Precisam ser realizadas diversas ações de infraestrutura para melhorar o tráfego no local, que está insustentável. Estamos tentando contato com o Executivo, por meio de parlamentares, por, sem sucesso. Nós sabemos o que precisa melhorar, sabemos o que precisa ser feito, só queremos que a Prefeitura nos escute e ajude a melhorar as condições viárias da região”, desabafa Marcolino. 

O são-bernardense ressalta ainda que antes das intervenções, ele realizava o trajeto de 3,8 quilômetros, do seu condomínio até o bairro Rudge Ramos, no máximo, 15 minutos. Hoje, esse percurso leva, média, de 40 a 45 minutos. 

“É preciso planejar e adotar algumas medidas para aliviar o congestionamento intenso, como abrir mais conexões entre as vias nos dois sentidos, bairro-centro e centro-bairro, e tirar algumas ciclofaixas para aumentar as faixas para o trânsito fluir melhor”, sugeriu o morador. 

O problema se agravou com o início das obras do BRT-ABC, que começam justamente em frente ao Shopping Metrópole e percorre a Avenida Aldino Pinotti, sentido Avenida Lauro Gomes. Os munícipes apontam que, desde o começo das intervenções, o trânsito – que já era ruim – está insuportável,  especialmente porque a Prefeitura de São Bernardo não planejou rotas alternativas para aliviar o fechamento de algumas faixas.

Um morador do edifício Domo, que prefere não ser identificado, alega que o transtorno afeta todos os condôminos, e que a situação estava pior quando a avenida estava apenas com uma faixa liberada. 

“Era uma pista para os veículos e uma ciclofaixa de 500 metros. Ninguém conseguia se locomover, estava impossível. Fecharam temporariamente essa ciclofaixa, mas disseram que deve ser retomada a qualquer momento. Se com duas pistas o trânsito não tem fluidez, imagina com apenas uma?”indaga o homem de 67 anos, que é aposentado. 

Além do tráfego intenso, o morador reclama do desmatamento que ocorreu nos últimos anos no centro por conta da comercialização das áreas para construtoras. 

“Antes tínhamos muito verde, até mesmo uma nascente, e agora a região só tem prédios. Fiz um comedouro para os passarinhos que não tem mais nenhuma árvore para pousar. Isso também impacta na nossa qualidade de vida”, finaliza o idoso.

Questionada sobre as reclamações dos moradores, e se será realizado algum plano emergencial ou estudo viário para o local, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu os questionamentos até o fechamento desta edição.




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