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Delegacias da região passam a atender com intérprete de Libras

Atendimento de pessoas surdas será realizado por videochamada nas 43 unidades do Grande ABC e também em todos equipamentos do Estado

Thainá Lana
19/10/2023 | 07:00
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Divulgação


Todas as pessoas surdas que precisam de atendimento nas 43 delegacias, incluindo as especializadas, localizadas no Grande ABC contam agora com atendimento em Libras. A iniciativa possibilita que intérpretes sejam acionados por videochamada nas unidades policiais quando necessário.

A medida entrou em vigor ontem, após anúncio do governo do Estado, e faz parte do São Paulo São Libras, programa da SEDPcD (Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência) que viabiliza acesso à Central de Interpretação de Libras para atendimento a esse grupo em órgãos estaduais que oferecem serviços presenciais ao público.

A Polícia Civil foi a primeira instituição estadual a receber o projeto, e com isso, além das unidades da região, todas as delegacias de São Paulo ofertam o atendimento em libras para as pessoas surdas.

Segundo estimativa do Estado, cerca de 469 mil pessoas com deficiência auditiva vivem nos 645 municípios paulistas. A Central de Interpretação de Libras será implementada em parceria com a organização da sociedade civil AME-SP. A central vai funcionar em tempo integral com uma equipe de aproximadamente cem intérpretes de Libras habilitados e com experiência na interpretação simultânea.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança do Estado), nas delegacias, o policial poderá acessar a plataforma on-line a qualquer momento e solicitar a assistência por vídeo de um intérprete de Libras. O tradutor fará a comunicação com o cidadão em tempo real e informará ao atendente o que está sendo conversado.

Na prática, o atendimento nos serviços estaduais poderá acessar a plataforma on-line a qualquer momento e solicitar a assistência por vídeo de um intérprete de Libras. O intérprete fará a comunicação com as pessoas surdas em tempo real e informará ao atendente o que está sendo conversado.

Antes dessa medida, as pessoas surdas precisavam ir acompanhadas às unidades policiais ou procuravam à Delegacia da Pessoa com Deficiência, que já possui atendimento em Libras. Os municípios do Grande ABC não possuem nenhuma delegacia especializada na pessoa com deficiência.

Wagner Serafim, professor surdo que ministra o curso de Libras na SEDPcD, conta que já precisou registrar um boletim de ocorrência por conta de um acidente automobilístico e não conseguiu se comunicar da forma que precisava na delegacia.

“Quando cheguei, tinha que explicar o que aconteceu, como foi o acidente, quem causou, mas não havia um intérprete para descrever o ocorrido. Então a pessoa acabava escrevendo da forma que ela compreendia”, relembra.

A expectativa é que outros serviços estaduais, como Poupatempo e PATs (Postos de Atendimento ao Trabalhador), passem a ter acesso à Central de Interpretação de Libras. Ainda não há data para expansão do programa.




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