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Casos de câncer de mama na região chegam a 35 por mês

Grande ABC teve 316 confirmações de neoplasia maligna nas glândulas mamárias entre janeiro e setembro deste ano

Beatriz Mirelle
19/10/2023 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O Grande ABC teve 316 diagnósticos de câncer de mama entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com dados do DataSUS. O número indica que, por mês, a média foi de 35 casos confirmados. Entre 2021 até o mês passado, as sete cidades tiveram 1.496 diagnósticos de neoplasia maligna na mama. Hoje, 19 de outubro, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, que reforça a campanha do Outubro Rosa para identificação precoce da doença.

O diagnóstico pode causar medo, mas não deve ser motivo para não seguir com o tratamento. “Você tem duas escolhas: Ou luta ou desiste. Eu resolvi lutar”, relata Kátia dos Santos, 40, moradora da Vila Guarani, em Santo André, que passa por quimioterapia (utiliza medicamentos para tratamento). 

Ela recebeu o laudo de câncer de mama em 2019. No mesmo ano, fez a mastectomia (cirurgia para retirada da mama) e foi no hospital que conheceu a Associação Viva Melhor, grupo de apoio e auto-ajuda às mulheres mastectomizadas. “Uma das voluntárias apareceu com uma almofada de apoio e uma sacola para eu colocar o dreno. Depois que tive alta, vim conhecer a sede e participo das atividades desde então.” 

Segundo Kátia, é ótimo ter uma rede de apoio com mulheres que passaram pela mesma situação. “Usei perucas da ONG (Organização Não Governamental), prótese e sutiãs. Minha autoestima voltou aos poucos. Até hoje, decidi não colocar prótese cirúrgica. Tenho só a provisória e já está bom.”

A sede da Associação Viva Melhor fica na Rua Campos Sales, número 575, no Centro de Santo André. Lá, são emprestadas perucas com cabelos naturais para quem está passando por tratamento, além de doação de prótese externa, kit pós-cirúrgico e venda de sutiã para pessoas mastectomizadas por R$ 60. Para retirar os itens, é necessário comparecer com documento de identidade.

A ONG foi criada em 1999 por duas amigas: Terezinha Cipriani e Vera Teruel. “Teresinha compartilhou essa ideia comigo. Eu já tinha passado pelo câncer e ela estava enfrentando. O objetivo era fazer algo por outras mulheres”, relata Vera, presidente da Associação. Toda quarta-feira, das 14h às 17h, há encontro do grupo de apoio com psicóloga na sede. “Muitas chegam tristes, com medo, sem autoestima. Conforme frequentam a ONG, conseguimos ver a transformação delas”, completa.

Para exaltar a importância dos exames periódicos, as participantes da Viva Melhor farão uma caminhada em 29 de outubro, com concentração às 7h30 no Paço Municipal de Santo André e saída às 8h30 para o Parque Celso Daniel. 

SINAIS

Entre os principais sinais de suspeita para o câncer de mama estão: nódulo, geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas. 

“Obesidade, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, gravidez tardia (assim como não engravidar ou não amamentar) são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama, e também o histórico da doença na família”, elenca Mariana Marcondes, oncologista no Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.

As sociedades brasileiras de Oncologia e Mastologia orientam o rastreamento de prevenção por meio do exame de mamografia em mulheres a partir dos 40 anos. Para aquelas com histórico de câncer de mama na família, a idade inicial é aos 35 anos. “Conhecer o próprio corpo é fundamental. A prevenção da doença está na adoção de hábitos saudáveis durante a vida, principalmente uma boa alimentação e rotina de exercícios físicos. Falar abertamente sobre o câncer de mama ajuda a ampliar o conhecimento, esclarecer mitos e reduzir os temores associados à doença. Diagnosticar a doença em fase inicial aumenta - e muito - as chances de cura.”

De acordo com a mastologista Clarissa Silveira, ginecologista fundadora da Mia Care, sextech voltada para o prazer feminino, o tratamento do câncer de mama geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de vários profissionais de saúde. “Isso pode incluir ginecologistas/mastologistas, oncologistas, cirurgiões, assim como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. Cada profissional desempenha um papel importante no diagnóstico, tratamento e cuidados contínuos do paciente.”




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