A sucessão de um papa só ocorre por morte, renúncia ou se o atual ocupante for herético ou apóstata (abandono de fé). Teoricamente, qualquer padre pode ser eleito para o cargo, mas a escolha normalmente recai sobre os cardeais, com menos de 80 anos, presentes no conclave.

O perfil do novo papa é escolhido de acordo com as forças progressistas e conservadoras da Igreja Católica, que tentam influenciar a eleição. Como João Paulo II escolheu quase todos os atuais cardeais, é provável que seu sucessor apresente um perfil conservador semelhante ao dele.

Ao mesmo tempo, várias autoridades religiosas acreditam que o novo papa deveria ser de um país em desenvolvimento, já que são nessas regiões que o catolicismo se mantém mais aceso e em expansão. Atualmente, 65% dos católicos do mundo vivem na África, Ásia e, especialmente, na América Latina.

Entre os cardeais latino-americanos, são citados como possíveis sucessores o colombiano Darío Castrillón Hoyos, 75 anos, prefeito da congregação para o clero, e o hondurenho Oscar Rodriguez Madariaga, 62, arcebispo de Tegucigalpa. Também são cotados o brasileiro Claudio Hummes, 70, arcebispo de São Paulo, e o argentino Jorge Mario Bergoglio, 67, arcebispo de Buenos Aires.

Na Europa, a Itália tem o maior número de candidatos, sendo eles cinco: Giovanni Battista Re, 71, prefeito da Congregação para os Bispos, Dionigi Tettamanzi (Milão), 70, Angelo Scola (Veneza), 63, Tarciso Bertone (Gênova), 70, e Angelo Sodano, 77, secretário de Estado e número dois da Santa Sé há 14 anos. Há ainda o arcebispo de Viena, o austríaco Christoph Schönborn, 60.

Já a Ásia e a África contam com dois possíveis sucessores: o indiano Telesphore Placidus Toppo, arcebispo de Ranchi, 65, e o nigeriano Francis Arinze, 72, prefeito da Congregação para o Culto Divino.