“Oi, meu nome é Aurora, tenho 5 anos e eu sou vegana!” É sempre assim que ela se apresenta e se destaca como a única de sua sala de aula que segue uma dieta sem consumo de carne ou uso de produtos de origem animal desde quando era bebê. A personagem deste texto se chama Aurora Aisling, mora em São Bernardo, se define como a melhor amiga dos animais – já teve como companhia gato, cachorro, tartaruga, passarinho e hoje cuida do peixe Lou.

Aurora é filha dos nutricionistas Shawlin e Pâmela Rodrigues. E foram eles que lhe apresentaram o veganismo.

Ainda aprendendo as letras do alfabeto, Aurora adora se aventurar pelo supermercado nas possibilidades do mundo do veganismo – mesmo que por enquanto com o suporte dos pais. 

Fã de damasco, brócolis e melancia, contou para a mãe esses dias que uma amiga da escola só gostava de arroz. “Eu adoro sopa de ervilha! E é uma delícia meu cereal com leite de castanha e chocolate. Explico para eles o que é bom de verdade”, diz Aurora entre risadas e com o brinquedo favorito no colo, uma minhoca de pano. 

Há um mês Aurora ganhou um irmão, Jack, que também está sendo apresentado ao veganismo. Além dissso, sua mãe já tem um coleção de livros nos quais os animais são protagonistas das histórias ou que tratam de temas como família e sentimentos. E é por acreditar que as emoções podem unir humanos e bichos, que todas as festas infantis da família são adaptadas ao mundo vegano. Para anunciar Jack, houve um ‘chá de benção’ – nome escolhido a dedo para conscientizar os convidados de que as fraldas descartáveis podem ser vilãs do meio ambiente e de que o plástico demora centenas de anos a sumir na natureza. Já em outras comemorações de Aurora, a bexiga foi deixada de lado e o cardápio incluiu pratos como quibe de abóbora, coxinha de caju e até ‘jaca louca’ em substituição à carne bovina. 

Diferente e criativa, a gastronomia sem carne tende a surpreender (e positivamente) até quem come de tudo, confirmam mãe e filha. É inclusive nestas oportunidades que Aurora, que também tem uma melhor amiga vegetariana, pode apresentar para outros colegas as comidas favoritas que prepara junto com sua mãe. 

Pâmela reforça que um dos papéis dos pais é explicar aos filhos a importância de respeitar outras escolhas, sem criticá-las.  “Pensei que realmente os amigos dela não seriam veganos, mas é bom que ela converse com as pessoas sobre isto. Por aqui, o veganismo é encarado como uma forma de amor, porque amamos os animais e, como sempre conversamos de forma leve, espero que ela passe a causa para outros com pelo menos gentileza”, completa.