Segunda fase do leilão de venda do terreno, com 10.470 metros quadrados, termina hoje; até ontem só uma oferta havia sido feita
A Construtora Patriani, de Santo André, pretende oferecer hoje R$ 70 milhões pelo terreno onde funcionou por quase 90 anos a Chocolates Pan, em São Caetano. O imóvel, de 10.432 metros quadrados, no bairro Santa Paula, foi a leilão para quitação de dívidas acumuladas pela empresa.
A informação, obtida com exclusividade pelo Diário, dá conta de que a Patriani formulará o lance, mas exigirá que os responsáveis pelo leilão apresentem, num prazo de 180 dias, as diligências ambiental, documental e de aprovação de área. Além do estudo de solo, necessário para o processo de desindustrialização da área.
Os documentos são indispensáveis para que a construtora possa erguer prédios residenciais no local sem oferecer risco para os futuros moradores.
Hoje, às 13h, termina a segunda praça (fase) do pregão, que tem oferta mínima de R$ 52.698.440,73. Até o início da noite de ontem, apenas um lance havia sido formulado, no valor de R$ 52,8 milhões. Além disso, havia 32 habilitações para participar do leilão, com 16.545 visualizações da página da organizadora na internet.
A Patriani arrematou pelo menos três áreas em leilões realizados no Grande ABC. Em 2021, deu o lance vencedor para adquirir o terreno de 9.550 metros quadrados onde funcionou a Tecelagem Tognato, em São Bernardo, por R$ 34,8 milhões. Além disso, a empresa adquiriu a área em que estava instalado o Centro de Reflexão de Trânsito, ao lado do Ginásio Poliesportivo.
Em março deste ano, adquiriu o terreno onde funcionou a Secretaria da Educação de São Bernardo, no Rudge Ramos, por R$ 81,7 milhões. Neste último, chamou atenção as condições da compra, já que a empresa deu apenas 5% de entrada e parcelou o restante da dívida.
SOBRE A PAN
Localizada em uma das áreas mais valorizadas de São Caetano, a antiga fábrica de guloseimas começou a funcionar no endereço em 1935 e criou produtos que marcaram a infância de muitas crianças, como os cigarrinhos e as moedas de chocolate.
As dificuldades financeiras tiveram início em 2019 e. no início de 2023, a Pan deu entrada na Justiça com um pedido de autofalência, alegando que não tinha condições de honrar os R$ 260 milhões em dívidas que acumulava. A 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª RAJ (Região Administrativa Judiciária) de São Paulo recusou e, naquele mesmo mês, decretou a falência da empresa.
No início do mês, Erick Teles, leiloeiro da Positivo Leilões, responsável pela negociação, informou ao Diário que construtoras das áreas residencial e comercial, além de uma empresa de saúde haviam demonstrado interesse no terreno.
Além do imóvel, existem outros lotes a venda, com móveis de escritório, máquinas, equipamentos, veículos e até celulares.
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