"A América Latina não está no caminho de cumprir os objetivos sobre a Aids, nem as metas ambientais ou as da redução da pobreza", destacou o secretário-adjunto do Departamento de Assuntos Sociais e Econômicos da ONU, José Antonio Ocampo.
"Apenas sete países da América Latina poderão diminuir a pobreza até 2015", informou Ocampo, antes do início de uma reunião sobre os objetivos estabelecidos pela ONU durante a Conferência do Milênio, realizada em 2000. O representante não especificou quais são estes países.
As Nações Unidas pretendem erradicar a pobreza e a fome no mundo antes de 2015, universalizar o ensino básico, reduzir a mortalidade infantil, frear a expansão da Aids, garantir o acesso à água potável e ao saneamento, e a proteção do meio ambiente.
Em se tratando da Aids, Ocampo lembrou que a região do Caribe é a segunda zona de incidência de propagação do vírus depois da África.
No entanto, destacou que "a América Latina está avançando no cumprimento de várias metas", como a redução da fome, a universalização do ensino básico, a redução da mortalidade infantil e o acesso à água potável e ao saneamento.
A inauguração da conferência em Brasília foi realizada pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que denunciou "o abismo cada vez maior que separa os ricos e os pobres no mundo, na América Latina e no Brasil".
Amorim atribuiu parte da responsabilidade às "barreiras que ainda afetam o sistema internacional do comércio, principalmente os multimilionários subsídios agrícolas promovidos pelos países ricos". O chanceler brasileiro também apontou a "instabilidade dos fluxos financeiros internacionais" e o "problema da dívida externa dos páises em desenvolvimento".
Durante o seu discurso, Amorim lembrou o compromisso do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com a luta contra a fome. Lula participará da conferência na próxima segunda-feira, com seus colegas Hipólito Mejía (República Dominicana) e Bharrat Jagdeo (Guiana). A reunião será encerrada pelo presidente da Bolívia, Carlos Mesa.
A conferência de Brasília foi organizada pela ONU, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
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