Editorial Titulo
Analfabetismo preocupa
Da Redação
10/09/2023 | 07:00
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Pelo menos 34.790 moradores do Grande ABC, com 16 anos ou mais, não poderão ler este texto. Este é o número de habitantes desta faixa etária que se declaram analfabetos nas sete cidades, segundo levantamento feito com base nos dados do CadÚnico (Cadastro Único), ferramenta do governo federal que reúne informações sobre famílias brasileiras de baixa renda. Pode parecer um número relativamente baixo, dada a população de quase 3 milhões de habitantes da região, mas os percalços a que são submetidos os cidadãos que não sabem ler nem escrever são gigantescos. Devem, portanto, merecer a atenção e os esforços das autoridades para que a quantidade seja reduzida a zero – ou próximo disso.

São Bernardo é a cidade do Grande ABC com maior número de pessoas que declararam não saber ler ou escrever, com 10.434 ao todo. Na sequência aparecem Diadema, com 8.456, e Santo André, com 7.953 analfabetos. Por trás destes números, estão pessoas que encontram barreiras extras para se inserir na sociedade. A falta de alfabetização dificulta o acesso a serviços e a bens públicos, comprometendo o exercício pleno da cidadania. Quanto mais o indivíduo conhecer seus direitos e deveres – e para isso, ter acesso à língua, em todas as suas manifestações, é indispensável –, mais condições ele terá de reivindicar tratamento digno do poder público. Alfabetizar-se é educar-se.

Em uma sociedade cada vez mais informatizada, onde o domínio da língua é fundamental inclusive para realizar as tarefas mais corriqueiras, o combate ao analfabetismo precisa ser impulsionado. Além da manutenção e ampliação dos programas de alfabetização de jovens e adultos, que são fundamentais, os municípios precisam fazer busca ativa para identificar crianças e adolescentes que estão fora das escolas. Negligenciar o ensino é condenar as futuras gerações. O Grande ABC, conforme comprova a reportagem publicada com destaque nesta edição do Diário, ainda tem um longo caminho a percorrer para reduzir o contingente de moradores que não sabem ler nem escrever.




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