A Polícia Civil de Santo André investiga um suposto caso de estelionato contra cerca de 20 recreadores, sendo três deles do Grande ABC. De acordo com as vítimas, o suposto golpista identificado como Bruno Silva de Souza, 30 anos, teria aplicado golpes relacionados a cursos de recreação infantil e contratações para eventos. 

A recreadora e moradora de Santo André Viviane Maria Clotaire alega que caiu no golpe no último domingo. Segundo ela, Souza teria oferecido uma “oportunidade” para aplicação de um curso de recreação infantil no Banco Safra. Porém, afirma Viviane, o acusado teria cobrado R$ 50 para que ela pudesse participar. “Uma amiga, também recreadora, que me disse que ele estava pedindo indicações de pessoas para realizar esse evento no banco. Depois disso, entrei no grupo de WhatsApp e manifestei interesse na vaga. Ele falou que os R$ 50 seriam ressarcidos no final do evento. Estava achando estranho, mas acabei acreditando e mandei o pix. Depois disso, ele sumiu e bloqueou todo mundo”, acusa a recreadora, que observa ainda, que o dinheiro foi transferido para uma conta em nome de Maria Felipe da Silva.

Ainda de acordo com Viviane, o acusado também lhe ofereceu um cargo de coordenadora, caso efetuasse uma transferência no valor de R$ 300. “Por possuir uma credencial de pedagogia, ele me ofereceu o cargo, mas eu já tinha desconfiado de tudo, disse Viviane.

A recreadora registrou um BO (Boletim de Ocorrência) no 2° DP (Distrito Policial) de Santo André, na tarde de quarta-feira.

Outra que acabou perdendo dinheiro para o acusado é a recreadora de Diadema Stephanie Bastos, A vítima conta que, mesmo desconfiando, fez o pagamento para participar de um trabalho com promessa de R$ 420 a diária. “Foi indicação de uma amiga que já estava no grupo. Os eventos seriam nos dias 14 e 15 desse mês, Estava tudo muito estranho, ele não passava informações e não falava sobre o curso. Mandaram no grupo que era golpe e fizemos o BO”, afirmou Stephanie.

Outra recreadora de Diadema, Simone Bernarde, que também se interessou pela suposta oportunidade no Banco Safra, conta que além do dinheiro perdido, o golpe atrapalhou sua agenda. “Nessas datas, eu desmarquei um trabalho em outro lugar para fazer o evento no banco. Ele se mostrava uma pessoa simpática”, relatou Simone.

A equipe do Diário teve acesso a um dos contatos que as vítimas afirmaram ser do suposto golpista. Procurado, Bruno preferiu não se manifestar e, com tom de ironia e ameaça respondeu: “Espero que tenha algum Boletim de Ocorrência para publicação da matéria, ok?”.

As vítimas denunciam ainda que Bruno também teria oferecido um contrato para trabalho em um cruzeiro, sendo que para se habilitar seria necessário o pagamento de R$ 300. 

“O Bruno se infiltrou no ramo da recreação para ganhar confiança. Além de aplicar golpes, ele mancha a nossa profissão e pode acabar com a nossa reputação”, finalizou a recreadora Viviane.