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Santo André prevê zerar dívida da Previdência municipal em 25 anos

Governo do prefeito Paulo Serra estabelece cronograma para amortizar passivo do instituto sem atrapalhar os fluxos orçamentários do Tesouro

Raphael Rocha
08/09/2023 | 07:34
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André Henriques/DGABC 28/4/20


 A Prefeitura de Santo André estabeleceu cronograma para zerar a dívida do IPSA (Instituto de Previdência de Santo André) até 2048. A tabela foi aprovada pela Câmara na última semana e engloba planejamento de sanear as contas da Previdência municipal instituído pelo prefeito Paulo Serra (PSDB).

O projeto de lei do Executivo complementa a legislação aprovada em 2021 pela casa, que instituiu a reforma da Previdência municipal. À ocasião, a administração andreense colocou em prática programa que buscava unir os fundos previdenciários municipais com o objetivo de estancar a dívida que se avolumava na autarquia.

Santo André tinha dois fundos previdenciários distintos – um para servidores admitidos antes de 2004 e outro para os funcionários egressos após essa data. A base mais nova era superavitária. A antiga, porém, apresentava deficit e exigia que a Prefeitura, com recursos do Tesouro, aportasse R$ 20 milhões ao mês para evitar o colapso.

Aquela legislação unificou as massas – ou seja, todo recurso previdenciário de Santo André era destinado a um único fundo – e autorizou o parcelamento da dívida pendente. Porém, sem um cronograma definido, problema que vinha atrapalhando o fluxo orçamentário do Paço.

Pela proposta, que depende apenas de sanção do prefeito Paulo Serra, Santo André vai quitar os R$ 4 bilhões de passivo previdenciário em 25 anos, em um calendário de pagamento que contempla a previsão de juros, amortização e correções monetárias do período. A projeção é a de que a Prefeitura quite aproximadamente R$ 100 milhões ao ano do passivo.

O projeto foi aprovado com uma emenda da casa, que dá publicidade à tabela de amortização, com divulgação de um relatório anual. “Foi uma exigência do Ministério da Previdência, um ajuste no projeto que propusemos. Agora temos ciência do planejamento para amortizar a dívida”, considerou o superintendente do IPSA, Fernando Gomes.

CORREÇÃO

A Câmara de Santo André também aprovou projeto de lei do Executivo que corrige a tabela do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) da cidade. A gestão argumentou que o reajuste era necessário diante da defasagem de tempo sem correção das tabelas e pela diferença de valores na comparação com cidades vizinhas.

Aos vereadores, o governo encaminhou uma tabela comparativa de simulação com outras cidades – a Prefeitura fez exercício de calcular quanto cada um desses municípios arrecadaria se aplicassem os mesmos percentuais andreenses de IPTU com relação à PGV (Planta Genérica de Valores). Santo André tem projeção atual de obter R$ 428,6 milhões ao ano, valor bem inferior a Diadema (R$ 720,6 milhões), São Bernardo (R$ 731,2 milhões) e São Caetano (R$ 1,25 bilhão).

“Como se pode observar, a grade de alíquotas andreense é extremamente inferior quando comparada às demais cidades. Importante observar que o IPTU é obtido da combinação de dois elementos: base de cálculo e alíquota. Assim, o presente projeto de lei pretende adequar a grade de alíquotas respeitando a progressividade atual e mantidos os valores de referência da PGV praticados atualmente”, justificou a Prefeitura.

Pelo projeto aprovado – está à espera da sanção do Executivo –, as alíquotas para residências e apartamentos vão variar de 0,36% a 1,21% da PGV, a depender do valor venal do imóvel. Para terrenos, a variação é entre 1,45% e 2,42%. 




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