A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. Segundo o levantamento, o número de inadimplentes no ABC cresceu 9,56% de julho deste ano a 2022. Entre os dados, a entidade afirma que o programa Desenrola Brasil, recentemente lançado pelo Governo Federal, deve impactar diretamente os números da inadimplência nas sete cidades.  

O dado de endividados regionalmente ficou acima da média de áreas como Sudeste (6,64%) e até acima da média nacional (6,79%). Entretanto, no comparativo mensal (junho-julho), o número de devedores da região cresceu menos do que o da concentração dos quatro estados (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo): 0,98%, comparado com 0,84% do ABC - um cenário atrelado pela CDL à baixa taxa de crescimento.

Ainda segundo o levantamento, o Grande ABC acumula mais dívidas do que a região. Já que, o número de contas em atraso dos moradores segue crescendo mês a mês (0,52%) e cresceu anualmente em 20%, enquanto no Sudeste o percentual foi de 14,88% e a média do país 14,22%. 

Sendo os devedores em sua maioria 50,40% mulheres e 49,60% homens na faixa de 30 a 39 anos (25,49%), como constatado, cada consumidor local e inadimplente tinha atraso há pelo menos pouco mais de dois anos (25,8 meses), principalmente com renegociação de dívidas (71,17%).

Nova perspectiva

Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano do Sul, Alexandre Damásio Grande ABC, a primeira fase do Desenrola possibilitará o levantamento do registro de inadimplência de dívidas até RS100,00 e a renegociação de dívidas bancárias. Nesse sentido, conforme os dados divulgados pelo CDL, 25,60% dos consumidores da região têm dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,86% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

“Há uma grande quantidade de moradores que podem ser beneficiados pelo programa Desenrola, informação que teremos nos próximos estudos. Entretanto, é alarmante o aumento de dívidas nas contas de luz e água, setor com participação de 13,20% dos inadimplentes.  Acredito que o programa do governo federal deve auxiliar muitas pessoas a saírem dessa situação, voltarem a ter crédito, mas precisamos pensar em questões mais estruturais”, comenta Damásio.