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Ancestralidade e luta: Black Pantera toca em Santo André

Show será dia 29 de julho, às 19h; Ao Diário, trio comenta sobre objetivos dentro da música

Beatriz Mirelle
Do Diário do Grande ABC
22/07/2023 | 01:05
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Divulgação


De Uberaba, Interior de Minas Gerais, para Santo André, a Banda Black Pantera tem show marcado no Sesc da cidade no próximo sábado (29), às 19h. Juntos desde 2014, o trio mistura influências de metal, hardcore, punk e, principalmente, elementos da cultura negra. Em entrevista ao Diário, Charles Gama (vocal e guitarra), Chaene da Gama (contrabaixo) e Rodrigo Pancho (baterista) exaltam os objetivos de serem “revolucionários e surpreendentes” ao produzirem músicas que exaltam a ancestralidade e luta por direitos do povo preto. 

“O processo de criação da banda começou comigo. Tinha a ideia de criar uma banda empoderada, uma banda preta. Fiquei um ano compondo as canções e convencendo o Chaene e Rodrigo a fazerem parte”, relembra Charles Gama.

O nome da banda veio em homenagem ao Partido dos Panteras Negras, liderança criada em 1966 nos Estados Unidos. Eles ofereciam alimentação, educação e outros respaldos à população preta. “Queremos ressignificar nossa história, mostrar que existimos. A partir do momento que subimos no palco com os nossos corpos e dizendo o que tínhamos para dizer, já foi um impacto. A imagem da banda é impactante e o som não deixa a desejar. Isso tem sido uma revolução. Muitas pessoas, em especial as mulheres negras, falam que se identificam com a música que estamos fazendo. Somos pretos e nos posicionamos. Mexemos no vespeiro e isso dá gás ao nosso som”, aponta Chaene da Gama.

Das influências com Bad Brains e Sepultura até Racionais MC’s e Djonga, as composições são feitas de letras contestadoras e sonoridades que absorvem outros recursos da cultura negra, como o berimbau, comumente usado na capoeira. Questionados sobre qual subgênero do rock se encaixam mais, eles respondem que são livres de rótulos. 

“Temos facilidade de compor quando estamos juntos, geralmente fazemos nos ensaios ou em passagens de som. Já toquei muito punk e hardcore. Antes, tocava samba. O Chaene e Charles tocavam mais metal. A gente ouve de tudo”, comenta Rodrigo Pancho. Como reflexo disso, em 2020, a banda lançou o EP Capítulo Negro, com releituras de Carne Negra, de Elza Soares, Identidade, de Jorge Aragão, e Todo Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro, d’O Rappa. Eles já participaram de grandes festivais como AfroPunk em Paris, Rock In Rio e Lollapalooza. Para 2024, projetam novo álbum e mais shows internacionais.

No show do Sesc Santo André, localizado na R. Tamarutaca, 302, eles apresentarão a turnê Ascensão, álbum de músicas autorais. Os ingressos já estão disponíveis e variam entre R$ 12 a R$ 40.




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