Imagina abrir o seu tocador de podcast favorito e se deparar com o seguinte conteúdo: ‘Sete dicas para diminuir as brigas na escola?’ Se você tem mais de 17 anos talvez isso não te interesse, mas com certeza, para crianças e adolescentes esse é um tema de extrema importância. E foi esse o assunto levado para a gravação do 11° podcast, criado e gravado pelos representantes dos Grêmios Curumins das escolas municipais de Diadema.

O projeto dos podcast está inserido em uma iniciativa maior, que é debater e fomentar a cultura de paz nas escolas. “No ano passado nós participamos de um projeto de extensão da Universidade Metodista que resultou na produção de um podcast. A experiência foi tão bacana que a gente quis expandir para todas as escolas”, explicou a secretária de Educação de Diadema, Ana Lucia Sanches.

“Os curumins são os representantes de todos os estudantes, é uma forma de dar voz às crianças, deixar que elas se expressem e todos os temas que elas têm trazido são importantes, são atuais, são bem discutidos e mostram como a gente precisa olhá-las desde cedo como cidadãos, que têm direito à fala e merecem ser escutadas”, completou.

As 18 escolas de ensino fundamental da rede municipal de Diadema vão gravar, no total, 26 roteiros diferentes, sempre tendo como tema central a cultura de paz. O trabalho começou em abril, com oficinas em que os curumins apontaram o que tirava a paz deles na escola, no bairro e na cidade. Em seguida, foi a vez das oficinas de roteiro, a escolha dos temas e os ensaios, até chegar o dia da gravação.

Na gravação do podcast número 11, de um total de 26 que estão sendo produzidos, os estudantes do 3º, 4º e 5º ano da Emeb Inspetor José Reinaldo de Santana Piró se revezaram para gravar as ‘Sete dicas para diminuir as brigas na escola’. Dentro do estúdio da Universidade Metodista, 18 estudantes gravaram juntos a vinheta com o nome do grêmio e cinco deles se revezaram na gravação do conteúdo.

Lucca Porto, 10 anos, Bryan Raphael, 8, Laura Beatriz Costa, 8, Alice Alves, 10 e Laura Maria Nazaré, 8, assumiram os microfones, sob orientação do técnico de rádio Leonardo Elgelmann. “A parte mais difícil é o medo que a gente fica de errar alguma palavra”, afirmou Alice. “E a parte mais legal é gravar”, emendou Lucca. “É um trabalho intenso, que culmina na gravação, mas que antes foi de muitas discussões, reflexões e treinos”, explicaram a vice-diretora da escola, Maria Aparecida Cirilo, e a representante dos Conselhos e Grêmios Curumins, Andréa Lococo Pinheiro.

Para o coordenador do curso de Jornalismo da Metodista, Eduardo Grossi, abrir as portas – e os estúdios – da instituição para estudantes do ensino fundamental tem sido uma experiência exitosa. “Começou com o projeto de extensão, que foi muito positivo. Ter essas crianças aqui é também a oportunidade deles conhecerem nossos espaços de formação, e quem sabe, no futuro, continuarem aqui os seus estudos”, pontuou.