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Hiroshima acusa EUA de debilitar tratado de armas
Da AFP
06/08/2003 | 08:17
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O prefeito de Hiroshima acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de debilitar o Tratado de não Proliferação Nuclear em um irritado ataque contra a política americana, por ocasião do 58º aniversário do bombardeio atômico da cidade.

"O Tratado de não Proliferação Nuclear, acordo internacional central para eliminar as armas nucleares, está sendo desintegrado", afirmou Tadatoshi Akiba, falando ante 400 mil pessoas durante a cerimônia anual de evocação do primeiro bombardeio atômico da história, no dia 6 de agosto de 1945.

"A causa principal é a política nuclear dos Estados Unidos, que, evocando abertamente a possibilidade de um ataque preventivo nuclear e determinados a reiniciar as pesquisas sobre as pequenas armas nucleares e outras armas nucleares chamadas 'utilizáveis', parecem venerar as armas nucleares como se fossem um deus", acrescentou.

Em maio, o governo Bush obteve do Senado a suspensão da proibição para fabricar armas nucleares de potência reduzida e o orçamento americano de Defesa para 2004 prevê US$ 15,5 bilhões para o estudo de uma bomba nuclear que possa penetrar no solo.

Akiba também denunciou a guerra no Iraque e a morte de inocentes por uma causa considerada duvidosa. "Ainda não foram encontradas as armas de destruição em massa que serviram de pretexto para a guerra", lembrou.

O prefeito de Hiroshima pediu ao presidente George W. Bush e ao dirigente norte-coreano Kim Jong Il que venham pessoalmente a Hiroshima para ver "a realidade da guerra nuclear".

"O mundo sem armas nucleares, que os sobreviventes da bomba (de Hiroshima) reclamam há tanto tempo, parece ameaçado sob uma espessa camada de nuvens escuras que poderão transformar-se de um momento para outro em um cogumelo atômico", acrescentou o prefeito.

Às 8h15 locais, hora em que um bombardeiro americano lançou a bomba sobre a cidade de um Japão em guerra, os participantes na cerimônia, realizada no Parque da Paz, inclinaram a cabeça e observaram um minuto de silêncio.

Três dias após lançarem a bomba sobre Hiroshima, os Estados Unidos lançaram uma segunda bomba sobre Nagasaki, matando umas 74.000 pessoas. No dia 15 de agosto, o Japão se rendeu.

O primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que participou na cerimônia, onde foram libertadas milhares de pombas, disse que o Japão respeitará sua Constituição pacífica e sua política não nuclear, para que as tragédias de Hiroshima e Nagasaki "nunca mais se repitam".




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