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Vitória nos centímetros
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
19/08/2009 | 07:00
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A ousadia venceu o conservadorismo. Com visual arrojado e medidas que agradam os que procuram espaço, o recém-chegado Honda City EX (R$ 61.650) venceu, com dificuldade, o VW Polo Sedan 2.0 Comfortline (R$ 52.910).

Logo de cara, é possível imaginar que o veredicto está errado, afinal, são R$ 8.740 de diferença. No entanto, vamos mostrar, como em uma fórmula matemática, que o Honda merece o topo do pódio.

Realmente a diferença de preço é alta. Mas o City entrega mais itens de série, como freios ABS, air bag duplo, rodas de liga leve de 16 polegadas - no Polo são de 15 polegadas - e controlador de velocidade. A partir do instante em que equipamos o Volks com os mesmos mimos - mais o banco de couro - o preço salta para R$ 58.670, equilibrando o duelo. É importante ressaltar: o Polo já tem sensor de estacionamento.

Quando partimos para a análise do desempenho, notamos nova igualdade. O motor 2.0 do Polo é mais valente - 120 cv e torque de 17,3 mkgf a 2.250 rpm - do que o 1.5 do City com 116 cv e torque de 14,8 mkgf a 4.800 rpm. Mas com uma transmissão manual de cinco velocidades melhor escalonada - e com engates precisos -, o Honda entrega prazer ao dirigir. A suspensão rígida pede esportividade ao volante.

O Polo oferece excelente câmbio de cinco marchas e a suspensão agrada, apesar de primar um pouco mais pelo conforto do que o rival.

O equilíbrio, porém, acaba aí! Quando analisamos design, acabamento e espaço interno, o Honda brilha.

Terceiro veículo da marca japonesa a ser produzido no Brasil, o City destaca-se pelo design arrojado. A grade do radiador com as três barras horizontais na cor cinza, o conjunto óptico que invade parte da lateral e o para-choque com vincos marcantes garantem a cara de mau.

A lateral lisa, com linha de cintura alta e vinco acentuado que corta a maçaneta, confere imponência ao sedã. A traseira tem linhas sóbrias. As lanternas parecem não estar em sintonia com o resto do veículo.

O Polo é recatado. A ousadia passou longe das pranchetas dos designers alemães. Os faróis têm olhar arregalado. As grades e frisos são simplórios. A lateral também revela discretos apliques na cor do veículo e a traseira - assim como a do City - não empolga. As lanternas grandes, que invadem a tampa do porta-malas, são desproporcionais.

Internamente, o Honda volta a ser superior. E as medidas comprovam isso: são 20 cm a mais de comprimento, 9 cm de distância entre os eixos e 4 cm de largura. Destaque para o banco traseiro bipartido e reclinável.

O Polo, é preciso dizer, tem bom espaço. Os passageiros de estatura média não encontram problemas para acomodar as pernas.

O acabamento de ambos apresenta qualidades. Polo e City abusam dos plásticos de qualidade satisfatória. Os encaixes agradam. Porém, o Honda tem mais peças prateadas, como no painel central e volante. O painel de instrumentos é discreto, com boa visualização.

O Polo é mais tradicionalista. Usa o preto, adotando o metálico apenas em locais estratégicos. O quadro de instrumentos teve grafismo levemente renovado.




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