É difícil imaginar mudanças drásticas na sua própria vida em prol de uma pessoa. Mas, em situações difíceis, principalmente para as mulheres, o instinto materno pode falar mais alto e até mesmo o risco de vida passa despercebido. Foi exatamente isso que quis mostrar o diretor do filme "Verônica", Maurício Farias, que estréia hoje, também em salas do Grande ABC.

 Trata-se da história de uma professora, cujo papel foi feito por Andréa Beltrão, que, mesmo em meio a problemas pessoais como a doença da mãe e a separação do marido policial, Paulo, interpretado por Marco Ricca, se viu responsável por seu aluno Leandro (Matheus de Sá) que teve pai e mãe assassinados por fornecer aos policiais informações do tráfico local. "Queríamos mostrar uma heroína popular e até onde uma pessoa pode ir para salvar a vida de alguém", explica Farias.

 Embora o orçamento tenha sido baixo, o diretor diz que conseguiu, por conta da ajuda de amigos, incorporar ao filme - rodado em 2007 - tudo o que quis passar em uma história que tem como pano de fundo a violência latente do Rio de Janeiro.

 A protagonista, que é mulher do diretor, diz ter ficado feliz com o resultado. "Trabalhei com pessoas ótimas e a história é muito boa. Não sei se faria a mesma coisa que Verônica, depende muito da situação, mas acho que se você tem uma vida do seu lado que só depende da sua ajuda, é muito difícil recusar essa ajuda", disse Andréa.

 Marco Ricca confessa ter ficado preocupado em interpretar um policial e até pediu para mudar a profissão do personagem, o que não aconteceu. "Aparecer de policial em um primeiro momento parece que é o trambiqueiro do filme e acho que isso não tinha nada a ver com o personagem, mas ao final deu certo." O longa custou cerca de R$ 500 mil.