A era digital democratizou o acesso à informação, porém também abriu espaço para disseminação de pseudociências. As pseudociências podem ser descritas como ideias ou teorias que se apresentam como científicas, mas não aderem ao rigoroso método científico, nem são suportadas por evidências empíricas comprováveis. Estas pseudociências englobam variedade de campos, incluindo teorias conspiratórias, mitos urbanos e interpretações equivocadas ou simplificadas de fenômenos complexos.

Durante a pandemia da COVID-19, este fenômeno tornou-se particularmente evidente no Brasil, com proliferação de teorias sem fundamento científico sólido, resultando em consequências significativas. Apesar dos desafios que as pseudociências representam, também há motivos para otimismo.

Segundo o Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, quase 70% dos brasileiros ainda confiam na ciência. Este dado aponta para uma oportunidade de educar e orientar a população na distinção entre ciência genuína e pseudociência.

Em resposta a essa necessidade, instituições educacionais estão introduzindo cursos voltados à ciência baseada em evidências. Esses programas buscam formar profissionais capazes de interpretar, aplicar e disseminar informações científicas sólidas e confiáveis. A educação surge, assim, como a principal ferramenta para combater a desinformação.

Em recente entrevista para um jornal, a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Bonciani Nader, ressaltou a importância dessa abordagem educacional. Para ela, é essencial fornecer aos cidadãos as ferramentas necessárias para distinguir entre ciência real e pseudociência.

A luta contra as pseudociências é um desafio complexo, porém necessário. O investimento em educação e em ciência baseada em evidências é fundamental para evitar retrocessos e garantir um futuro mais informado e seguro para todos.

Marcio Araujo Oliverio é reitor da Universidade Metodista de São Paulo