Um dos maiores projetos de urbanização e regularização fundiária do Grande ABC, que estava paralisado desde o fim de 2016, volta a ser discutido para sair do papel – houve pelo menos nove adiamentos. Por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Mauá e o governo federal, dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o plano tem como objetivo levar melhorias e qualidade de vida à população que vive no núcleo habitacional Chafick/Macuco, localizado no bairro mais populoso da cidade, o Jardim Zaíra, que abriga em torno de 100 mil pessoas.

Conforme o planejamento, o núcleo irá receber obras de infraestrutura urbana, eliminação de áreas de risco, recuperação ambiental e drenagem, entre outras. Após o início dos trabalhos, a previsão é que as intervenções no bairro tenham duração de dois a três anos. 

A retomada do projeto aconteceu a partir da iniciativa do prefeito Marcelo Oliveira (PT), que também envolveu equipe do governo nas ações para resgatar e destravar o plano. O governo pretende agilizar o andamento do processo de urbanização para atender demandas de mais de 20 mil habitantes. Todo o trabalho de cadastro social realizado a partir de 2013 precisará ser atualizado para que o projeto seja igualmente renovado, identificando novas necessidades de avanço de obras e regularização fundiária. Outro serviço a ser realizado é o levantamento topográfico e planialtimétrico.

O prefeito Marcelo Oliveira tem mantido conversas com a Caixa e com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar a perda de cerca de R$ 70 milhões previstos no convênio firmado inicialmente, ainda na gestão de Oswaldo Dias (PT) no comando da Prefeitura, para iniciar a frente de obras. “Quando assumimos, em 2021, o abandono da cidade se refletia em projetos importantes como este do Chafick/Macuco, que corriam o risco de serem perdidos. Sabendo da necessidade dos moradores, nos dedicamos a buscar solução para o atendimento dessas demandas antigas”, disse o prefeito.

Com a conclusão das obras, aproximadamente 11 mil famílias que vivem em área de risco serão beneficiadas. Os moradores relatam que há mais de 40 anos vivem com medo, sobretudo depois de janeiro de 2011, quando a chuva causou série de deslizamentos, deixando cinco mortos e 500 desalojados. 

ASSEMBLEIAS

Reuniões específicas com moradores de 10 ruas do núcleo já foram feitas pela Secretaria de Habitação. Hoje serão realizadas três assembleias na Escola Municipal Maria Rosemary Azevedo para discutir o projeto com moradores.

Outros dois projetos envolvendo recursos federais por meio do PAC estão em andamento. São as obras no Jardim Oratório e a etapa de regularização fundiária no Jardim Cerqueira Leite, com a previsão de entrega de cerca de 500 títulos de propriedade.