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Moradora espera por cirurgia no HC de São Bernardo há 3 meses

Diarista tem cálculo renal há dois anos e sofreu rompimento do intestino devido ao problema; médico disse que teria de fazer cirurgia com urgência

Artur Rodrigues
do Diário do Grande ABC
09/06/2023 | 08:03
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Divulgação


Em meio ao fechamento de alas e leitos no HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo, uma moradora do Jardim Pinheiros aguarda há três meses por uma cirurgia de emergência a ser realizada no equipamento. A diarista Joana Alves, 60 anos, espera desde março o procedimento para reparar um rompimento do intestino causado por um cálculo renal.

Joana tem o problema renal há dois anos, mas seu caso, segundo os médicos que a atendiam, não necessitava de cirurgia. No entanto, em outubro do ano passado ela procurou um ginecologista na UBS (Unidade Básica de Saúde) Batistini por estar com fezes saindo pela vagina. Após a consulta, ela foi encaminhada com urgência para o Hospital de Clínicas, onde foi atendida por um proctologista. 

“Estava sentindo muitas dores, os antinflamatórios não surtiam efeito. O fato de ver fezes saindo pela minha vagina me deixou muito assustada, então fui correndo marcar uma consulta. O ginecologista que me atendeu disse que eu precisava passar com um proctologista o mais rápido possível. A consulta até que foi rápida, mas demorou para eu conseguir marcar os exames. Fiz colonoscopia e ressonância no início de março. Na ressonância, foi constatado o rompimento do meu intestino. No retorno ao proctologista, ele fez um pedido de cirurgia com urgência. Eu ligo para marcar e me dizem que tenho que entrar na fila de espera, mesmo o meu caso sendo urgente”, disse a diarista ao Diário

Joana fez uma reclamação na ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde) de São Bernardo, que respondeu informando que “seus exames pré-operatórios estão em nossa fila e serão agendados assim que tiver uma previsão para realizar o procedimento”.

A diarista conta que ainda sente dores e que, às vezes, precisa recorrer à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ser medicada. “Tenho medo de pegar uma infecção. Eu tomo antinflamatório, mas às vezes não é o suficiente. Já tive que ir à UPA para tomar um remédio mais forte, porque os meus (medicamentos) não surtiam efeito”, relatou. 


ALAS FECHADAS

Joana espera por uma cirurgia no Hospital de Clínicas, local que está com três alas – no terceiro, sexto e oitavo andares – fechadas para reforma porque apresentam vazamentos, infiltrações e pisos com elevações em alguns pontos, o que causa risco de quedas. Cerca de 110 dos 257 leitos foram desativados por causa dos serviços, dos quais 20 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) – são em torno de 40. 

A medida adotada pela Prefeitura de São Bernardo, sob gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB), tem impacto direto na vida de pacientes que aguardam internação ou procedimentos cirúrgicos, como a diarista.




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