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Psol estuda entrar na Justiça para pedir a saída de Auricchio

Prefeito de São Caetano teve mandato entre 2017 e 2020 cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral e não poderia ter disputado última eleição

Da Redação
06/06/2023 | 08:26
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Celso Luiz/7.12.2021


O diretório do Psol de São Caetano pretende entrar na Justiça para cobrar a saída imediata de José Auricchio Júnior (PSDB) do cargo de prefeito, que teve o recurso especial rejeitado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia 25 de maio. 

“Eu concorri com o Auricchio em 2020, quando ele não deveria ter disputado. Ou seja, sua participação na eleição, comprando voto com poderio econômico, influenciou no resultado das eleições”, declarou Horácio Neto (Psol), ex-vereador e candidato a prefeito na última eleição. 

Auricchio teve o mandato entre 2017 e 2020 cassado pelo TSE, que concluiu que o tucano utilizou caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2016, quando garantiu, à época, o terceiro mandato à frente da Prefeitura. Na prestação de contas de Auricchio, segundo o relator do caso, Sérgio Banhos, constam doações de pessoas que não tinham capacidade financeira para realizar os depósitos.

A maior contribuição foi feita por Maria Alzira Garcia Correa Abrantes, à época com 89 anos, com R$ 350 mil em três parcelas (R$ 250 mil em 19 de outubro de 2016, R$ 80 mil no dia 24 de outubro de 2016 e R$ 20 mil no dia 25 de outubro de 2016). Até o mês anterior às doações, a conta bancária de Maria Alzira não tinha movimentações expressivas, e o único rendimento era o benefício mensal do INSS, no valor de R$ 2.892,30. Segundo o TSE, ela estava internada no período das doações e morreu aos 90 anos. Maria Alzira era avó de Eduardo Abrantes, sócio da Globo Contábil, empresa contratada por Auricchio para cuidar das finanças da campanha.

Outra doação considerada irregular foi a de Ana Maria Comparini Silva, no valor de R$ 293 mil, que, segundo a Justiça, não apresentou a declaração de Imposto de Renda em 2014 e 2015, o que comprovaria a falta de lastro financeiro para isso.

“A gente acha esse cenário indignante. Onde tiver indícios de irregularidade, nosso mandato vai fiscalizar”, disse a vereadora Bruna Biondi, do mandato coletivo Mulheres Por + Direitos (Psol). 

Em seu relatório, o ministro do TSE ainda afirmou: “Este Tribunal já assentou que ‘o uso de laranjas’ para encobrir os verdadeiros doadores de campanha configura inequívoca arrecadação de recursos de origem não identificada a ensejar a perda do diploma”.

Auricchio chegou a ter o mandato cassado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) em 2019, mas, com recursos impetrados, o tucano conseguiu permanecer na cadeira até a eleição. Ele venceu o pleito municipal em 2020, mas houve outro entrave em relação ao registro de sua candidatura, o que permitiu a ele assumir o quarto mandato à frente da Prefeitura apenas em dezembro de 2021.

Com a decisão de agora, a continuação do mandato do prefeito de São Caetano fica fragilizada, principalmente do ponto de vista político. Fontes ouvidas pelo Diário disseram que existe possibilidade concreta de sua retirada do mandato, embora Auricchio tenha direito a um novo recurso. 

Procurado desde sexta-feira pelo Diário, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, Auricchio não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.




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