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O paraíso dos esquemas
Rodolfo de Souza
25/05/2023 | 10:41
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Descobriram um esquema “pra lá de brabo” – como se dizia antigamente – no futebol. Aliás, esquema é o que não falta onde a dinheirama rola solta. Penso até que demorou para que a praga contaminasse também os gramados. Apesar de que, convenhamos, a prática não é assim tão recente no esporte bretão. Copa do Mundo, por exemplo, é certame que, aos poucos, foi me fazendo perder o entusiasmo, uma vez que a mala cheia, há muito, vem premiando bons selecionados para que fracassem em partidas decisivas. Negociatas que normalmente favorecem alguns anfitriões que não estão com essa bola toda ficaram escancaradas em partidas em que grandes craques erraram feio em passes absurdamente fáceis. 

No caso ora investigado, parece que apostadores pagaram para que alguns jogadores atuassem em campo de forma a manipular o resultado de uma ou de outra partida, permitindo, assim, que fossem certeiros os palpites daqueles. 

Outro esquema do qual muito se tem falado e que muito enriquece diz respeito aos ratos que proliferam em governos municipais, estaduais e tais. Esses bichos roem os cofres públicos e causam prejuízos imensos que estouram sempre no lombo da torcida, encarregada que é de pagar a conta. Essas pragas são, sem dúvida, muito hábeis no jogo que leva o garboso nome de “crime de peculato”, esculhambado agora pela alcunha de “rachadinha”. 

Também amplamente divulgado nos últimos tempos, o esquema de compras autorizadas de armas é um recurso de que se valem colecionadores, caçadores e o diabo para suprirem os arsenais do crime, único setor verdadeiramente organizado neste País.

Portanto, como se vê diariamente nos noticiários, há uma variedade de esquemas, um leque gigantesco deles que quase sempre envolve a participação de pessoas que fazem parte direta ou indiretamente de órgãos públicos. Trama, essa gente, na calada da noite, meios, os mais diversos, para driblar a fiscalização deste ou daquele departamento. Distribui-se, para tanto, grossa dinheirama para todos os envolvidos na fraude. Sempre de olho no lucro, claro.

Não é possível, pois, imaginar o tamanho e a diversidade dessa teia. O meio ambiente, aliás, é outro que vem sofrendo desse mal principalmente nos últimos quatro anos, em que bandidos de toda a sorte foram favorecidos pela fiscalização nenhuma que os deixou à vontade para deitar abaixo o arvoredo e envenenar os rios. Esquema que por certo engordou as contas de gente graúda ligada ao planalto central deste vasto rincão, empobrecido pelos esquemas.

E, dando sequência à série de malandragens, uma em especial cuidou da saúde, envolvendo equipamentos, medicamentos e testes para detectar Covid. Ali os roedores de plantão se fartaram com o superfaturamento de itens que, muitas vezes, nem sequer deixaram o depósito e tiveram sua validade vencida.

Lavagem de dinheiro, então, é esquema dos mais poderosos que trafegam livremente por aqui. Notas frias são emitidas para esconder a origem do faturamento de negócios escusos, incluindo alguns oriundos de setores de cuja santidade ninguém seria capaz de duvidar. 

E verdade seja dita, esquema de compra de votos, de contrabando de joias... esquemas de todos os tipos para todos os gostos é prática que mantém esta nação capengando na rabeira do desenvolvimento.




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