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Grande ABC tem 6.000 pessoas em tratamento por causa do HIV

Número de pacientes na terapia antirretroviral subiu 20.15% na comparação com dezembro de 2022, quando as cidades tinham 5.091 pacientes

Beatriz Mirelle
20/05/2023 | 08:24
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Celso Luiz/DGABC


 O Grande ABC acumula 6.117 pacientes em Tarv (Terapia Antirretroviral), ou seja, em tratamento do HIV. Em Santo André, são 2.857 casos em cuidados na rede municipal de saúde. Em seguida, Diadema tem 1.564 pessoas soropositivas; depois vêm Mauá (1.307) e Ribeirão Pires (389). Rio Grande da Serra não tem nenhum paciente. São Bernardo e São Caetano não encaminharam os dados.Em dezembro de 2022, os números nas cinco cidades somaram 5.091 pacientes em Tarv, o que significa alta de 20.15% neste período.

Quando há o contato com o vírus, existem algumas opções. A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é um medicamento que deve ser tomado entre duas a 24 horas antes da exposição de risco ao HIV. Já o PEP (Profilaxia Pós-Exposição) deve ser tomado preferencialmente nas duas primeiras horas após a exposição ao vírus.

De acordo com a Coordenadoria de IST/Aids (Infecções Sexualmente Transmissíveis)de São Paulo, quando a pessoa segue com a Tarv de maneira contínua e as amostras de sangue não detectam mais o vírus porque a carga viral do HIV está baixa, significa que o indivíduo se tornou indetectável. Caso esse resultado nas coletas continue por seis meses seguidos, indica que a pessoa em tratamento não transmite mais o vírus por meio de relações sexuais.

Segundo Thallyta Maria Tavares Antunes, infectologista da Clínica da Cidade, a Tarv é fornecida na rede pública e quanto mais cedo o paciente começar o tratamento, mais ele vai conseguir manter os níveis de imunidade altos e os de carga viral baixos. “Esse acompanhamento deve ser feito diariamente, por toda a vida. A Tarv não cura a doença, mas controla”, destaca.

Apesar da terapia disponível, o Grande ABC teve 149 casos notificados e 19 mortes confirmadas entre janeiro e abril de 2023. No mesmo período de 2022, a região teve 236 casos e dez óbitos. “Existem ainda muitos óbitos por HIV pela falta do uso da Tarv de forma adequada. Muitas pessoas têm o vírus e não sabem, porque não fazem os testes rápidos. Quando descobrem, já estão com várias comorbidades.” 

Thallyta afirma que os tabus relacionados à doença são prejudiciais para o diagnóstico e cuidados. “Ainda existem vários estigmas em relação ao HIV. Isso faz com que as pessoas não procurem o atendimento ou façam as testagens. Se recebem o resultado positivo, ficam assustadas e não seguem com o tratamento.”

No Grande ABC, Santo André oferece a testagem para HIV em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), no Serviço de Atenção Domiciliar, nos Centros de Especialidades, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), hospitais, no Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas), CDP (Centro de Detenção Provisória) e Ambulatório da Fundação do ABC. O tratamento é feito no Centro Médico de Especialidades, Referência em Infectologia, na Vila Vitória.

São Bernardo realiza testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C de segunda a sexta-fera, das 8h às 16h, nas 33 UBSs. Em São Caetano, as testagens são feitas em todas as UBS, PA e Cepadi (Centro de Prevenção e Atenção às Doenças Infecciosas). O CR (Centro de Referência) em ISTs/Aids e hepatites virais de Diadema funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, na Avenida Antonio Piranga, 700.

Em Mauá, as gestantes podem realizar o teste nas 23 UBSs. O público em geral, no CRS (Centro de Referência em Saúde), na Rua Santa Helena, 19, Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O SAE (Serviço de Atenção Especializada) de Ribeirão Pires faz testagem de HIV e atendimentos como PrEP e PEP. 

Rio Grande da Serra faz testagens em todas as UBSs. Na cidade, os tratamentos para HIV são realizados nos equipamentos de saúde referenciados pelo Estado. 




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