Em meio às demissões de funcionários da rede de saúde municipal de são Bernardo, iniciadas anteontem, e que segundo o SindSaúde ABC, o sindicato da categoria, podem chegar a 500, a FUABC (Fundação do ABC), gestora do Complexo Hospitalar da cidade, ainda não se pronunciou. 

O presidente do SindSaúde, Almir Rogério da Silva, o Mizito, informou que enviou, anteontem à tarde, ofício à Fundação pedindo o número exato de funcionários demitidos até o momento, mas ainda não obteve resposta. O Diário também questionou a instituição de saúde nos últimos dois dias, mas nenhum retorno foi dado. 

O sindicato tem recebido denúncias de que os trabalhadores do Complexo de Saúde de São Bernardo, da Fundação do ABC, estão sendo gradativamente desligados de seus postos de trabalho sem aviso prévio. Alguns profissionais demitidos informaram ao Diário que estão sendo substituídos por novos funcionários indicados pelo prefeito Orlando Morando (PSDB). 

“Estão colocando gente de confiança do governo nos territórios (forma como os funcionários chamam a rede de saúde). Tem funcionário com 15, 20 anos de experiência sendo demitido, alguns até sendo perseguidos por suas posições políticas”, declarou uma enfermeira, comunicada da demissão na última sexta-feira. 

PLENÁRIA

O SindSaúde convocou plenária com os trabalhadores da entidade de saúde para a noite de hoje, a partir das 19h30, para discutir os encaminhamentos a fim de evitar mais demissões. O encontro será na sede do sindicato, na Avenida Pereira Barreto, em Santo André. Mizito informou ao Diário que uma possível greve será debatida na assembleia. 

“Faz tempo que estamos tentando mobilizar uma greve, os funcionários estão sobrecarregados, sem reajuste salarial, mas é difícil parar a saúde? A vida das pessoas vem sempre em primeiro lugar, independentemente da situação dos profissionais. Mas vamos conversar com a categoria e ver o que é possível ser feito”.