O governo cubano condenou nesta quinta-feira a libertação do anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de promover um atentado na Venezuela contra um avião cubano, que deixou 73 mortos em 1976.
Carriles, que tem a extradição reclamada pela Venezuela pelo atentado, foi libertado hoje sob o pagamento de fiança de US$ 350 mil no Texas. Ele deverá ser julgado no próximo 11 de maio por fraude migratória e falso testemunho.
No dia 11 de abril, famílias das vítimas do atentado haviam se mobilizado para denunciar a concessão de liberdade condicional nos Estados Unidos a Carriles, considerado o "cérebro" da ação.
"Estamos realmente indignados", declarou em entrevista à imprensa Camilo Rojo, coordenador do comitê das famílias das vítimas do atentado. Todos os passageiros e a tripulação do avião da companhia cubana morreram na ação.
Entre as vítimas estavam a equipe cubana de esgrima, 11 guianenses e vários diplomatas norte-coreanos. A mobilização foi lançada por um artigo de Fidel Castro na imprensa oficial, anterior ao tradicional desfile do 1º de maio em Havana.
Em seguida, mais de 150 intelectuais de todo o mundo exigiram do governo dos Estados Unidos que o anticastrista Luis Posada Carriles seja julgado "por todos seus crimes", em um abaixo-assassinado on-line aberto a novas adesões, conforme texto publicado no jornal oficial cubano Granma.
O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz, e o ator americano Danny Glover são algumas das personalidades que assinaram o documento.
Cuba também o acusa de autoria intelectual de vários atentados com bombas contra hotéis cubanos em 1997, assim como preparativos para assassinar o presidente Fidel Castro.
Detido há dois anos nos Estados Unidos por entrada ilegal no país, Posada recebeu liberdade condicional há dez dias, apesar de as autoridades migratórias o manterem até então detido.
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