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Região coleta 6.500 toneladas de recicláveis no primeiro trimestre

Municípios disponibilizam serviço porta a porta em 100% das vias; Grande ABC tem 614 locais para o descarte correto dos materiais

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
16/04/2023 | 07:44
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André Henriques/DGABC

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No primeiro trimestre deste ano, foram coletadas 6.490 toneladas de materiais recicláveis em cinco municípios da região – com exceção de São Caetano e Rio Grande da Serra, que não informaram os dados. O volume é 2% maior que o mesmo período do ano passado, quando foram recolhidas 6.352 toneladas.

Proporcionalmente, mais da metade (53%) dos recicláveis coletados na região pertence a São Bernardo. No total, a cidade recolheu 3.466 toneladas de materiais de janeiro a março. Na sequência aparecem Santo André, com 2.673 toneladas, e bem mais abaixo está Diadema, com 275 toneladas.

Dos cinco municípios, apenas Mauá não possui coleta seletiva porta a porta em 100% das vias. Segundo a Prefeitura, o serviço atende até 5% das ruas de apenas seis bairros: Vila Assis, Jardim Pedroso, Jardim Guapituba, Parque das Américas, Jardim Sônia Maria e Parque São Vicente. 

Além da coleta domiciliar, as 6.490 toneladas de recicláveis coletadas na região são oriundas de outros serviços para descarte correto do resíduo, como Pevs (Pontos de Entrega Voluntária), distribuídos por diversos endereços, e Ecopontos, que recebem também outros tipos de materiais, como entulho e madeira.

No total, esses cinco municípios disponibilizam 57 Ecopontos e 557 equipamentos para o descarte correto dos recicláveis. Para a presidente da Fenama (Federação Nacional de Meio Ambiente) e advogada do PIVA Advogados, Marinalva Irineu Torres, a maior adesão da população à reciclagem é essencial para a sociedade e ao meio ambiente. 

“Os benefícios da reciclagem são indeterminados e não totalmente nomináveis, porém o conceito de maior importância é a manutenção da vida. O descaso causa a contaminação de solos, cursos d’água e lençóis freáticos e prejuízos à nossa fauna e flora. Sem este entendimento social, estaremos provocando danos indiscutíveis à nossa própria sobrevivência e, principalmente, às próximas gerações”, alerta. 

A especialista reforça ainda a importância da separação correta. “Para realizar o descarte de forma certa é necessário que os materiais estejam limpos e separados dos resíduos orgânicos. Sem esta providência prévia, estes materiais podem ser infectados, o que pode acarretar em maior dificuldade na realização do processo de reciclagem. Os materiais recicláveis e não-recicláveis devem ser descartados em coletores separados”, complementa.

Para aumentar a adesão da população à coleta seletiva, as prefeituras realizam ações de educação ambiental em escolas, eventos, e promovem campanhas e programas sobre o tema.

Santo André possui três iniciativas na área, Moeda Verde, Meu Condomínio Recicla e Moeda Pet. Ribeirão Pires informou que estuda a ampliação dos pontos de coleta pela cidade para aumentar o acesso da população ao serviço. Em São Bernardo, educadores ambientais realizam visitas nas residências para divulgar informações sobre os serviços e para incentivar a separação dos materiais.

GERAÇÃO DE RENDA

Nos cinco municípios do Grande ABC, todos os resíduos recicláveis são encaminhados para as dez cooperativas conveniadas com as prefeituras. Nesses locais, 194 cooperados realizam a triagem manual dos materiais e comercializam os recicláveis – 100% do lucro da venda ficam com os cooperados conveniados.

“As cooperativas de reciclagem são de extrema importância neste processo, na operação de proteção ambiental, visto que geram impactos indiscutíveis socioambientais. Geram empregos e colaboram para a valorização do trabalho de catadores, responsáveis pela coleta, ainda, de 90% dos resíduos recicláveis no Brasil. São eles que realizam todo o processo de separação e destinação correta dos resíduos, o que justifica sua grande importância para o processo de reciclagem”, finaliza Torres. 




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