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Prefeitura de Mauá anuncia ‘pacote’ de segurança escolar

Iniciativa inclui botão do pânico, telefone para denúncias e aumento de efetivo da Guarda Civil para 216 agentes até janeiro de 2024

Beatriz Mirelle
Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
12/04/2023 | 08:13
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Celso Luiz/DGABC


A Prefeitura de Mauá anunciou nesta terça-feira (11) pacote de ações para priorizar a segurança em todas as unidades de ensino da cidade. A campanha Paz nas Escolas inclui a criação do botão de pânico, implementação de número próprio para receber denúncias de casos de violência escolar, vistoria de publicações suspeitas nas redes sociais e palestras de conscientização. A gestão também pretende contratar 216 guardas civis municipais até janeiro de 2024 – sendo 100 até agosto. “As 44 escolas municipais são monitoradas por uma central da GCM (Guarda Civil Municipal). O botão de pânico entra em vigor na quarta-feira (12). Se for acionado pelos servidores da educação, ele manda um aviso imediato para a nossa central, que encaminha as equipes ao local”, destaca o prefeito Marcelo Oliveira (PT) ao Diário. O número de telefone para que a população possa denunciar em caso de suspeita é (11) 4512-7675 – já disponível.

De acordo com o prefeito, as Polícias Civil e Militar somarão forças no patrulhamento da ronda escolar da GCM que, no momento, possui 212 agentes. “Não expandimos o efetivo antes porque, durante a pandemia, as Prefeituras não tinham autorização para aumentar os valores das folhas de pagamento. Agora, já estamos na fase de investigação dos perfis dos aprovados para que eles possam integrar a equipe”, disse. 

As palestras para promover a cultura da paz nas escolas municipais, estaduais e particulares buscam ampliar o diálogo entre a Secretaria de Educação e os alunos, professores e familiares da cidade. “Queremos expandir dicas de segurança e tornar ainda mais explícito a gravidade desses casos. Nas redes sociais, haverá uma equipe de vistoria de publicações com conteúdos suspeitos, como ameaças e alusões a possíveis ataques”, afirmou Oliveira.

Além de Mauá, outros municípios da região (São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) anunciaram a intensificação, por tempo indeterminado, da presença de GCMs (Guardas Civis Municipais) nas instituições. Segundo as administrações, além do patrulhamento convencional realizado na entrada e saída dos estudantes, os agentes irão permanecer em frente as escolas durante o período de aula. 

Na última semana, Ribeirão divulgou a implantação de um aplicativo eletrônico, uma espécie de botão do pânico, nas unidades públicas e privadas da cidade, que possibilitará que os gestores acionem as forças de segurança com mais agilidade. São Caetano anunciou que pretende instalar o botão do pânico nas 69 escolas municipais.

Desde o início do ano, câmeras de segurança estão sendo instaladas nas escolas municipais de Diadema. Os aparelhos eletrônicos filmam tanto as dependências internas quanto o entorno, com imagens transmitidas ao vivo para a central da GCM. Santo André deverá anunciar nos próximos dias série de ações para combater a violência no ambiente escolar. 

Para Dennis Pacheco, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é preciso trabalhar políticas transversais desde o início da vida escolar para evitar o aliciamento de jovens a grupos extremistas, que cultuam a violência. 

“Pesquisas internacionais indicam que até chegar o momento dos massacres, os adolescentes passam por uma sensação de vitimização e afastamento da comunidade escolar, comportamentos que os atraem para ideologias extremistas. Por isso, é necessário oferecer nas instituições escolares apoio psicossocial, atendimento psicológico e promoção de uma cultura de paz e inclusão. É um trabalho preventivo, realizado na base”, defende Pacheco. Sobre o aumento do patrulhamento nas escolas, ele alerta para necessidade de implementação de ações mais amplas “como inteligência para desmantelar esses grupos que são formados, em sua maioria, de maneira digital”. 

ESCOLAS ESTADUAIS

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que atualmente 566 policiais militares atuam no policiamento realizado no entorno das unidades educacionais de todo Estado, incluindo os sete municípios do Grande ABC. 

Segundo o órgão, o patrulhamento nas imediações também ocorre por policiais a pé e em motocicletas. “A gestão estadual também estuda contratar policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas.” 

Devido a recente onda de violência, escolas estaduais de São Paulo passarão a oferecer atendimento psicológico para orientar as equipes escolares e os estudantes. A Seduc (Secretaria da Educação do Estado) ressaltou que “já está em andamento a contratação de 150 mil horas de atendimento profissional no programa Psicólogos na Educação.”

Denúncias de publicações sobre ameaças e ataques contra escolas podem ser realizadas no canal exclusivo criado pelo governo federal (www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura).




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