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Imobiliária Orlando
Da Redação
31/03/2023 | 06:00
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As desconfianças e as suspeitas levantadas pela comercialização das duas áreas públicas onde está instalada a Secretaria de Educação de São Bernardo, no bairro Nova Petrópolis, não foram suficientes para conter o ímpeto do prefeito Orlando Morando (PSDB) de se desfazer do patrimônio municipal. A grita de nada valeu. Quinze dias depois de a Construtora Patriani haver arrematado a oferta anterior, um outro imóvel da população são-bernardense vai à leilão hoje em condições especialíssimas – 5% de entrada e até 20 meses para honrar o débito. Trata-se do prédio da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos), no Rudge Ramos. O edital prevê lance mínimo de R$ 101,183 milhões.

A política de desestatização de imóveis conduzida por Orlando Morando ficou maculada depois que o vereador Julinho Fuzari (PSC) expôs as entranhas do negócio feito com a Patriani – o legislador registrou em cartório que a construtora de Santo André iria arrematar a área da Secretaria de Educação um mês antes da realização da hasta pública. Sem explicação para o aparente jogo de cartas marcadas, que causou indignação na opinião pública, a administração tucana optou pelo silêncio. Enquanto isso, políticos de oposição – entre eles o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) – resolveram levar os pontos estranhos ao Ministério Público, na esperança de que a Promotoria investigasse o caso.

É evidente que tornar mais leve o peso da máquina sobre os ombros do contribuinte não pode ser motivo de críticas. Não é isso que este Diário faz ao chamar a atenção para a cruzada em que se transformou a obsessão de Orlando para entregar o patrimônio são-bernardense às construtoras. O jornal só exige, além de transparência na negociação, que o prefeito exponha qual é o interesse público a justificar o programa de desestatização. Até o momento, as razões sobre o que move o Paço foram sonegadas – inclusive para os vereadores de base na Câmara. A situação é tão nebulosa que só resta ao cidadão são-bernardense apelar para a fé. Que São José, padroeiro dos trabalhadores, abençoe o leilão de hoje. 




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