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Livro didático é ferramenta para novas descobertas na alfabetização das crianças
Nilton Valentim
26/02/2023 | 08:15
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(Foto: Reprodução)


“Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo”. A frase foi dita pela paquistanesa Malala Yousafzai, que aos 17 anos tornou-se a pessoa mais jovem do mundo a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2014, por sua luta para que meninas de seu país pudessem frequentar a escola.

Existem vários tipos de livros, com assuntos que vão da aventura aos contos de fada. Com fotos, poesias, desenhos... E também o livro didático, que desde 1929 tem seu dia nacional comemorado em 27 de fevereiro. Trata-se daquele livro que acompanha os estudantes na sala de aula. Que os professores usam para auxiliar as crianças na hora de ensinar e que, em muitos casos, vêm repletos de atividades para aprimorar as lições. “O livro é um norteador do que o professor precisa trabalhar. É um material rico e que, se bem explorado, traz ótimos resultados”, afirma Luzinaide Mota Klen, orientadora educacional da Secretaria de Educação de Ribeirão Pires.

O gerente de projetos especiais da Mind Lab, Thiago Zola, ressalta que existem diferenças entre os livros didáticos. “Pode ser um livro com conteúdos da educação formal (português, matemática, ciências, por exemplo) e também um livro de histórias. O que caracteriza o didatismo é a característica pedagógica, de estar conectado à aprendizagem de alguma coisa”.

Desde 1937 o governo brasileiro desenvolve o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), que tem como principal objetivo oferecer aos alunos das escolas públicas os livros para que eles possam estudar. Basicamente funciona assim: os responsáveis pela educação em cada cidade do País entram em contato com o Ministério da Educação, solicitam os livros e o governo envia pelos Correios para que cheguem às escolas. A quantidade de volumes distribuídos é imensa. Para se ter uma ideia, só o Estado de São Paulo, no início do ano passado, distribuiu 16,1 milhões de livros. “Nos últimos 20 anos houve avanços muito significativos no que diz respeito ao programa, mas ele ainda pode ser aprimorado”, afirma Zola, citando por exemplo as questões relacionadas à inclusão.

NOSSA PARTE
O Diarinho, que em 2022 completou 50 anos de circulação, frequentemente cede reportagens às editoras para integrar livros didáticos. “Ter meus textos do Diarinho publicados em livros vai além do sonho inicial de ser jornalista. É a oportunidade real de pertencer ao sistema educacional do meu País”, afirma a jornalista Marcela Ibelli, que foi repórter e editora do Diarinho.

Yasmin Assagra, que também é ex-repórter do Diarinho, destaca a emoção e a responsabilidade de ter seus textos direcionados aos estudantes. “Eu fico extremamente feliz e lisonjeada pela oportunidade de algumas das minhas reportagens terem sido utilizadas para educar as crianças. Quem escreve sabe o quanto é desafiador entregar um conteúdo lúdico, divertido e informativo”, afirma a jornalista.

De 1948 aos dias atuais, um livro que atravessou várias gerações
Experimente perguntar aos seus pais ou avós se eles se lembram da Cartilha Caminho Suave. Certamente muitos deles vão relatar casos sobre os primeiros dias de aula, das professoras e professores e de como aprenderam a ler. A Caminho Suave, de autoria da professora Branca Alves de Lima (1910 - 2001) foi lançada em 1948 e utilizava o método de ensino denominado Alfabetização pela Imagem. Ou seja, as letras, sílabas, palavras e frases eram associadas a figuras.

Um ano após a publicação, a Caminho Suave já constava na relação de livros adotados nas escolas primárias do Estado de São Paulo e integrou o catálogo do Ministério da Educação até 1996, sendo adotada em todo o País. A cartilha ainda existe, inclusive em versões digitais, e está na 133ª edição.




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