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Azulão, novo fracasso
Da Redação
18/02/2023 | 06:00
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É lamentável a rapidez com que tradicionais marcas de São Caetano estão se deteriorando. Mais deplorável ainda é a inação da principal autoridade política do município, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), que não mexe um único músculo para tentar reverter – ou, no mínimo, estancar – o processo. Anteontem, fracassou pela terceira vez, por ausência de interessado, o leilão do Esporte Clube São Caetano, o conhecido Azulão. Depois de ser a sensação do futebol sul-americano no início deste século, o time atualmente passa o chapéu para se manter disputando competições intermediárias do Estado. A hasta pública, atualmente em R$ 70 milhões, foi a maneira encontrada pelos gestores para garantir a sobrevivência da equipe.

O Azulão agoniza diante da cegueira oficial. É evidente que, sendo privado e profissional, o clube deveria se manter financeiramente com as próprias pernas. Dinheiro público, que é escasso, tem de ser canalizado para as demandas sociais, como saúde, educação, transporte etc. Municípios que se importam pela própria história, todavia, podem sim criar políticas para auxiliar projetos esportivos – sem, necessariamente, injetar recursos. Um exemplo clássico é o que ocorre no Rio de Janeiro com o Estádio Jornalista Mário Filho. Conhecido como Maracanã, o empreendimento é do governo fluminense, que, apesar disso, coloca-o à disposição do time que mais bem representa a modalidade esportiva no Estado: o Flamengo.

Não se pode dizer que o Azulão tem atualmente a mesma importância histórica para São Caetano que o Flamengo para o Rio de Janeiro. Até porque, com o descaso que José Auricchio Júnior demonstra às instituições tradicionais da cidade, será muito difícil que o Esporte Clube São Caetano venha a, um dia, recuperar a relevância que já ocupou no futebol, inclusive internacionalmente – em 2002, foi vice-campeão da Taça Libertadores da América. Sem amparo, a história do mais tradicional clube do município vai se apagando, assim como já aconteceu com outras marcas são-caetanenses, como a Casas Bahia, hoje com sede na Capital, e a Chocolates Pan, que recentemente pediu a Justiça a própria falência. Triste. Muito triste.
 




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