A dona de casa Maria Aparecida dos Reis, moradora da rua Tibagi, em São Caetano, reclama do mau cheiro exalado dos escombros da cozinha industrial que desabou bem ao lado de sua casa, na última quarta-feira. O odor é proveniente do frigorífico do estabelecimento, que no dia do acidente armazenava toneladas de carne. O produto está em estado avançado de putrefação.

Segundo ela, passada quase uma semana do desabamento, "o mau cheiro piora a cada dia". "O cheiro é horrível e fica ainda mais forte quando o sol bate. Se essa carne não for retirada logo, não terá mais condições de a minha família continuar aqui", afirma Maria Aparecida.

A dona de casa é moradora do terreno vizinho ao prédio que desabou, onde funcionava a empresa L'allegro Restaurante. A árvore em que ela brincava de balanço com o neto de 5 anos ficou praticamente coberta pelos escombros. "Eu tinha tirado o meu neto do balanço fazia uns cinco minutos. Quando dava banho nele, ouvi um barulho ensurdecedor e vi a minha casa ser invadida por uma neve de poeira", conta.

Apenas alguns metros separam a montanha de escombros da casa de Maria Aparecida. O que mais a incomoda, porém, não é "o caos em que se transformou o terreno" - como ela mesma classifica -, mas o mau cheiro.

A Vigilância Sanitária de São Caetano foi avisada sobre o caso e deu um prazo de 48 horas para que os proprietários da cozinha industrial retirem a carne e providenciem a incineração. Para tanto, será necessário que equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e do Departamento de Obras abram caminho no meio dos escombros.

Segundo Edson Raddi, responsável pela Vigilância do município, entre 3 e 5 toneladas de carne estavam armazenadas nas câmaras frias do estabelecimento. Apesar do forte cheiro de produto podre, ele afirma que não existem riscos de contaminação ou de transmissão de doenças aos moradores da região. "Se houvesse qualquer risco, a retirada da carne seria providenciada na mesma hora", afirma.