Na região, cerca de 74% dos consumidores endividados possuem pendências com bancos; despesas com água e luz estão em segundo lugar
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As dívidas bancárias são os principais motivos para o endividamento da população do Grande ABC. A região acumulou 716.118 devedores até dezembro, dos quais 74,05% possuíam pendências com os bancos (cerca de 529.927 pessoas). O levantamento é do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e apresentado pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano. Depois dos bancos, as contas mais expressivas são de água e luz (10,97%), outros como cartões de loja e de crédito (8,03%), comunicação (3,9%) e comércio (3,06%). Segundo a pesquisa, o consumidor em inadimplência na região devia, em média, R$ 4.898,27 no mês passado.
Outro fator que motiva essa taxa é o crescimento do número de contas bancárias durante a pandemia. “Muitas pessoas foram bancarizadas, ou seja, criaram contas para receber auxílio financeiro do governo. Poucas pessoas têm educação financeira e a todo momento há uma enxurrada de ofertas de créditos. Elas acabam pegando, mas não conseguem ou esquecem de pagar”. Esse contexto, que já apresentava sinais de empobrecimento e endividamento bancário da população, resultou em uma série de renegociações com altos juros e parcelas. Para Coelho, a tendência é que o número de endividados na região aumente até março, ainda como uma repercussão das festas de final de ano e despesas com o início do período escolar.
TAXA DE JUROS
“O pagamento da dívida é uma despesa obrigatória do mês, como água, luz, aluguel, comida. É importante frear os gastos supérfluos (viagens, fast food etc.) enquanto tem gastos em atraso. O correto é ter esse controle por, no mínimo, seis meses”, destaca Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do COPPEAD/UFRJ (Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
‘COMECE A POUPAR COM QUALQUER QUANTIA’
Para a taxa de inadimplência no Brasil diminuir, Gabriela pontua que a renda média mensal da população precisa aumentar. Em paralelo a isso, a disciplina é fundamental para tentar reverter esses números. No caso da reserva de emergência, ela aconselha a não utilizar esse recurso para compras por impulso, como ingressos de show.
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