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Empresa de segurança da região planeja atuação nacional e IPO

Com sede em São Caetano, Jumper fatura R$ 500 milhões por ano, emprega 5.000 funcionários e trabalha para abrir capital em uma década

Evaldo Novelini
15/01/2023 | 00:24
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Claudinei Plaza/DGABC


Prestes a completar seis anos de existência, na terça-feira, a Jumper Segurança e Serviços tem a meta de atuar em todo o território nacional e abrir o capital dentro de uma década. A empresa com sede em São Caetano emprega 5.000 colaboradores e fatura R$ 500 milhões por ano.

“Nosso momento é de expansão. O objetivo é ter abrangência nacional. Não conheço nenhuma empresa brasileira de segurança que atue no País todo”, diz ao Diário o presidente da Jumper, Rafael Mota, 33 anos. Atualmente, as operações se concentram em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

“Vamos ser realistas. O Brasil é muito grande e acho que em dez anos a gente consegue ser uma grande corporação e até possivelmente fazer o pedido de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) e abrir o capital. Este é um projeto que a gente tem em mente a longo prazo”, completa Mota.

Negociar ações na bolsa é uma forma de se capitalizar para aumentar a participação num mercado que movimenta R$ 36,3 bilhões anuais, segundo dados atualizados da Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores). A companhia são-caetanense tem contrato com os setores público e privado – e é a este último que pretende direcionar o foco de sua equipe comercial. “Indústrias, metalúrgicas, grandes contas”, enumera Mota.

Santa Catarina e Rio de Janeiro começam a ser prospectados pela empresa de São Caetano. A operação, todavia, depende de autorização específica da Polícia Federal, que regulamenta o setor, para cada um dos Estados em que se pretende atuar. A PF emite licenças, renovadas anualmente, que podem ser cassadas em caso de descumprimento de normas e regras.

O maior desafio ao plano de expansão da Jumper está, segundo o empresário, nas “trocas de governo”. A volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência desperta sentimentos conflitantes no empresário. Ao mesmo tempo em que se preocupa com as recentes declarações sobre a revogação de reformas estruturais que considera importantes, Mota celebra o freio do governo nas políticas de armamento da população civil.

A equipe de Lula, por exemplo, já verbalizou a pretensão de revogar a reforma trabalhista, o que traria impacto a empresa que emprega 5.000 pessoas. Já a restrição às armas por civis beneficia companhias de segurança. “Tudo atinge um pouco o nosso setor.”

Mota, porém, confia em seu tino. Não poderia ser diferente para um empresário que começou a vida profissional aos 15 anos distribuindo panfletos pelas ruas de Santo André – vizinha à sua Ribeirão Pires natal – e hoje está à testa de empresa que fatura meio bilhão de reais por ano.

“Certo feriado em Santo André, ninguém do pessoal queria trabalhar. Daí falaram: ‘Tem o menino que entrega panfleto aí; deixa ele atendendo as ligações na recepção”, relembra Mota, sobre o início da carreira em uma empresa prestadora de serviços. Sua disponibilidade chamou a atenção da gerência, que o contratou como office-boy do departamento de licitações.

“Ía de um lugar para outro buscar editais – a pé, claro, porque não tinha nem podia possuir veículo. Até que, de tanto fazer isso, entrei para o comercial, onde aprendi a trabalhar com licitação, que é o que mais sei fazer”, conta.

No fim de 2016, quando já era diretor de empresa do setor de segurança, em Mauá, e recebia R$ 50 mil de salário, decidiu realizar sonho que acalentava desde criança: ser dono do próprio negócio. “Queria ser dono do meu nariz.”

Em 17 de janeiro de 2017, Mota obteve o CNPJ da Jumper, que inicialmente tinha escritório na Vila Alpina, Capital. “Diziam que o dinheiro estava em São Paulo. Fui atrás.” Ao fim daquele ano, o faturamento foi de R$ 500 mil. No exercício seguinte, já era de R$ 2 milhões. “Crescimento meteórico e único no mercado. Não há nada igual”, jacta-se Mota.

Em maio, o empresário decidiu trazer a Jumper a São Caetano, onde mora. Em prédio na Avenida Goiás, no Centro, funcionários monitoram as operações espalhadas pelos Estados. “A eficiência de uma empresa de segurança pode ser medida pelos telefones. Se nenhum cliente liga para reclamar, significa que tudo está em ordem. Os únicos telefones que podem tocar à vontade aqui no prédio são os da área comercial”, resume, sorrindo, o gerente-geral Fábio Milani.

Clientela vai de gigantes da iniciativa privada a governos

Constituída como pessoa jurídica há menos de seis anos, em 17 de janeiro de 2017, a Jumper Segurança e Serviços atende atualmente a 250 clientes, espalhados por quatro Estados. Entre eles, algumas das maiores empresas do Brasil, como a Simpar, que controla a JSL Logística, e estatais, como o Centro Paula Souza, autarquia do governo de São Paulo que administra a rede de escolas profissionalizantes.

O portfólio da Jumper é atualizado de acordo com as necessidades dos clientes, segundo explica o presidente Rafael Mota. A desinfecção contra Covid-19 passou recentemente a integrar a gama de serviços oferecidos pela empresa, somando-se aos de segurança, recepção, portaria, limpeza, jardinagem e administração de condomínio.

A companhia são-caetanense é contratada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para fornecer agentes que impedem furto dos fios que garantem o funcionamento dos equipamentos de ar-condicionado que fazem a ventilação dos túneis do sistema viário da Capital.

Colaboradores da Jumper também atuam na prevenção e combate de incêndios das matas preservadas pela Fundação Florestal (Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo). “Todas as unidades protegidas pelo governo paulista estão sob a responsabilidade de nossos brigadistas”, conta Mota.

No Centro Paula Souza, a Jumper cuida das Etecs (Escolas Técnicas) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia) presentes em 365 municípios do Estado de São Paulo. São 224 escolas e 75 faculdades de Tecnologia, com mais de 500 mil alunos em cursos técnicos de nível médio e superiores tecnológicos.

Na Simpar, holding da cidade paulista de Mogi das Cruzes, a Jumper presta serviços para todas as sete operações do grupo no Brasil: JSL, Movida, Vamos, CS Brasil, Automob, Banco BBC Digital e CS Infra. A companhia são-caetanense também faz a segurança do Corinthians.




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