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Para padre, faltou diálogo
Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
14/09/2010 | 08:59
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O vice-prefeito de São Bernardo e candidato a deputado federal Frank Aguiar (PTB) fez acordo, protocolado ontem na Justiça, com a Paulinas, gravadora do Padre Zezinho, para arquivar ação movida contra ele por gravar música de outro cantor sem pagar os direitos autorais.

O processo, revelado pelo Diário em agosto, corre em segredo de Justiça e foi aberto para impedir a comercialização de CDs piratas com músicas do Padre Zezinho e de outros autores cantadas pelo cãozinho dos teclados.

"Os CDs foram dados de presente, para meia dúzia de pessoas, por conta do meu aniversário", afirmou o petebista, que distribuiu a obra para conhecidos em setembro de 2009.

Porém, a gravação, que não tinha autorização dos compositores justamente por não ser oficial, foi parar na mão de piratas, que venderam o material em camelôs nas ruas de São Bernardo.

"Não fui eu que lancei (o disco). Alguém maldoso, que a gente jamais vai descobrir quem é, é que lançou", disse. Acionada pela gravadora Paulinas, a Justiça de São Bernardo proferiu decisão liminar para impedir a venda de cópias do CD na cidade.

O Diário tentou contato ontem com o advogado da Paulinas, mas foi informado que só conseguiria falar com ele hoje. Na ação, ele pedia o fim da venda dos CDs, que não teriam autorização para reproduzirem as músicas do Padre Zezinho.

"Foi um mal entendido. Procurei o padre e a gravadora para corrigí-lo. Não há nenhum crime da minha parte", sustentou o candidato, que já conseguiu autorização para interpretar duas canções. "Vou lançar um especial de Natal", contou.

‘FALTOU DIÁLOGO' - Um dos precursores da música católica popular, o Padre Zezinho não quis "julgar" o forrozeiro pela gravação. "Como padre, eu prefiro não dar opinião. Um único erro na vida não é uma vida de erros", avaliou o músico, citando um de seus livros.

Para Zezinho, faltou diálogo para resolver o assunto mais tranquilamente. "Se ele tivesse falado comigo antes, sentaríamos e resolveríamos tudo. Mas depois fica difícil, não vou me indispor com a gravadora", declarou.

Segundo o padre, a ação foi feita pela Paulinas sem consultá-lo. "Os direitos são da gravadora, não interfiro na parte jurídica. Já ocorreu de roubarem minha música nos Estados Unidos e eles nem me avisarem", disse.

Sem querer causar polêmica, Zezinho falou apenas que se sentiu contrariado. "Se você escreve um artigo e alguém publica ele sem seu nome, você não vai gostar, né."




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