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Usina de reciclagem incomoda na Vila Luzita
Angela Martins
Especial para o Diário
03/07/2006 | 07:52
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Uma usina de reciclagem de materiais plásticos na Vila Luzita, em Santo André, está incomodando os vizinhos por conta do cheiro forte de sabão e carne em decomposição, há mais de um ano. Apesar das constantes reclamações, nenhum órgão parece se responsabilizar pela fiscalização do espaço. Enquanto esperam por uma solução, moradores convivem com o forte odor, que estaria matando plantas e até aves pequenas.

O local, um galpão sem qualquer identificação situado no número 376 da rua São Francisco de Assis, exala um forte e enjoativo odor, que invade a residência vizinha, de Leni Marangoni Sena, 54 anos, dona-de-casa. “É um cheiro insuportável, muito forte. Às vezes cheira a sabão, outras a carne podre”, relata. Dentro da casa, o cheiro parece pior. “Tem dia que não posso nem ficar na sala, de tão forte que fica”.

Incomodada, Leni procurou o responsável pela usina há cerca de dois meses. “Tudo o que ele disse foi que colocaria exaustores na usina. Se colocou, eu não sei, mas o cheiro ruim não foi embora”. Leni também procurou o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), em busca de uma solução. “A Cetesb só informou que a usina é clandestina, não tem alvará de funcionamento. Mas não falou quais medidas iria tomar, nem se uma usina como essa pode ficar em área residencial”.

Leni também atribui ao forte cheiro alguns problemas de saúde que ela enfrenta há cerca de um ano. “Meu nariz fica ardendo, a sinusite piora muito”, afirma. A dona-de-casa também se preocupa com as plantas de sua casa. “Desde que essa usina se instalou, as plantas ficam murchas e morrem. Até um casal de canários morreu. Tenho certeza de que foi por causa do cheiro forte”. O proprietário da usina de reciclagem não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto.

O Semasa informa que atendeu a cinco solicitações de moradores, no mês de agosto de 2005, e uma em maio deste ano, sobre o odor exalado pela usina de reciclagem. O departamento fez vistoria no local, porém não constatou a procedência da denúncia. Por meio de nota, o Semasa ressalta que, “embora tenha prestado o atendimento, o órgão competente para tratar do caso é a Cetesb, pois se trata de uma indústria de reciclagem de polietileno, portanto, uma empresa de transformação, que pela lei está sob responsabilidade do órgão estatal”.

Após as fiscalizações no local, o Semasa informou à Cetesb sobre as reclamações e o atendimento prestado. A Cetesb, por sua vez, não confirma a informação sobre a falta de alvará de funcionamento, e destaca que o estabelecimento é de responsabilidade do Semasa.




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