O monte Usu tem fama de ser um vulcao imprevisível e sua última erupçao a justifica: os gases e as rochas brotaram, ao invés de pela cratera central, por oito novas fissuras. Três dias depois de o vulcao entrar em atividade na ilha de Hokkaido, no Norte, já mudou a topografia do lugar e poderia ainda causar efeitos perduráveis na vida de 51 mil habitantes, segundo os especialistas.

Nos arredores de Abuta, um povoado de 13 mil habitantes, que foram retirados quando se iniciaram os tremores do vulcao, continuavam surgindo colunas de fumaça branca, de até 2.800 metros de altura. Brotavam novas crateras, uma delas a apenas 100 metros das casas dos moradores locais.

O monte Usu entrou em erupçao na sexta-feira passada, depois de 22 anos inativo. Neste domingo, parecia estar mais "calmo", o que permitiu o retorno para casa de mais de duas mil pessoas. No entanto, o vulcanólogo Tadahide Ui, da Universidade de Hokkaido, e outros especialistas disseram que o que mais preocupa é a formaçao de falhas no cume do monte.

"Estamos muito ansiosos com a evidência de que o magma está levantando o centro do vulcao", disse Hiromu Okada, outro professor da universidade de Hokkaido. Ele acrescentou que persistia a possibilidade da explosao de uma mistura de gases e pedras incandescentes que desce pelas encostas do monte, destruindo tudo em sua passagem.

O Usu é um dos 86 vulcoes ativos do Japao. Nos últimos 300 anos, entrou em erupçao oito vezes. A última prévia se produziu em 1977 e continuou no ano seguinte, provocando deslizamentos de terra que causaram pelo menos duas mortes. A erupçao mais grave aconteceu em 1822, deixando 50 mortos.

Também causa preocupaçao o efeito da erupçao do vulcao sobre a economia do país. Depois da última erupçao, que nao foi declarada extinta durante quase cinco anos, a recuperaçao foi lenta. O número de turistas em visita a seu centro turístico, incluindo seus banhos termais, diminuiu 60%.