Reformulação, mas não total. Embora Dunga tenha sido escolhido como o técnico para tentar implantar um novo estilo na Seleção Brasileira, integrantes da antiga comissão permanecerão no grupo, como o médico José Luís Runco e o preparador de goleiros, Wendell Ramalho. A permanência do coordenador-técnico Zagallo e do supervisor Américo Faria não foi definida. A decisão foi anunciada terça-feira, após a reunião do novo treinador com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Os demais membros serão anunciados na próxima terça-feira, dia da convocação dos jogadores que enfrentarão a Noruega, no dia 16 de agosto.

O ex-lateral-direito Jorginho e o ex-goleiro Zetti, ex-técnico do São Caetano, são cotados para assumir o cargo de auxiliar. Ambos foram companheiros de Dunga na conquista do tetra, em 1994. Já o ex-lateral-esquerdo Branco será mantido no cargo de supervisor de seleções de base, mas passará a atuar ao lado de Dunga.

Zagallo não deverá continuar no cargo, mas, por respeito ao trabalho dele ao longo dos anos, deverá ganhar uma função executiva. A fragilidade do estado de sua saúde será o principal argumento para afastá-lo do banco de reservas. Já Américo Faria tem a competência como aliada para continuar na nova comissão técnica. É consenso na CBF que poucas pessoas possuem a experiência no exercício das funções. Mas o administrador da seleção, Guilherme Ribeiro, é um dos que ameaçam o lugar dele. Na preparação física, a saída de Moracy Sant‘Anna foi concretizada. Já a permanência de Paulo Paixão deverá ser confirmada.

Terça-feira também foi acertado o salário de Dunga. Os vencimentos ficarão em aproximadamente R$ 180 mil, quantia inferior ao que recebia Parreira (cerca de R$ 250 mil).

Reprovados – Paulo Autuori e Vanderlei Luxemburgo eram os mais cotados. No entanto, Teixeira desistiu do técnico do Santos em função dele ter manifestado publicamente apoio político à candidatura de Aloísio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo. O convite a Paulo Autuori seria concretizado se a seleção se saísse bem na Copa da Alemanha. Com a eliminação precoce, o plano se alterou. Ele continuou cotado, mas a proximidade com Zico, um dos desafetos de Teixeira, acabou por determinar a decisão dele. Autuori dirige o Kashima Antlers, do Japão e foi ao clube por influência de Zico, ex-gerente de futebol. (Com Agências)