Política Titulo Organização
Empresário afirma que Fred atuava como laranja

Dono da Maxxima diz que enviava notas fiscais para Renata Lin

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
02/06/2012 | 07:58
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O dono da empresa Maxxima Security, Anúbio Luz, afirmou que o presidente do Instituto Illuminatus, Alfredo Antônio Del Nero Júnior, o Fred, era laranja de Renata Lin e Maurício Gonçalves Fonseca. Os dois, ligados à Cemed, que atuou na Saúde da cidade de 2005 a 2010, são apontados pelo comandante da organização como cabeças de um suposto esquema de desvio de dinheiro em Ribeirão Pires.

A empresa de segurança foi contratada pelo Illuminatus, que venceu licitação para cuidar da Saúde de Ribeirão. Controlava a portaria e efetuava serviço de limpeza no Hospital e Maternidade São Lucas. Mas, auditoria feita pela Prefeitura revelou que a Maxxima não apresentou comprovação de R$ 216 mil dos R$ 656 mil repassados. "Todas as notas foram entregues para o departamento da Renata (diretora clínica do hospital), que administrava junto com o Fred. O Fred era um laranja da Renata e do Maurício. Ele quase não aparecia", disse Luz.

O presidente da Illuminatus afirmou que todos os fornecedores acreditam que ele tinha essa função. "Eles (Renata e Maurício) me usaram e todo mundo tem essa visão", declarou.

Luz ressaltou que todos os pagamentos foram comprovados e constam na defesa anexada à Ação Civil Pública impetrada pela Prefeitura em março. A equipe do CF52Diário/CF consultou o processo e a defesa da Maxxima considerou que "são falsas" as duas notas - uma de R$ 30 mil e outra de R$ 17 mil - apresentadas pelo Illuminatus na prestação de contas ao Paço.

O proprietário da empresa de segurança disse que não recebeu três pagamentos feitos em dezembro de 2010, que somam R$ 88.705. Ou seja, a Prefeitura repassou a verba do serviço prestado ao Illuminatus, mas não chegou à conta da empresa que fez o trabalho. "(As notas) Estão cadastradas na Prefeitura em nome do Illuminatus. Da nossa parte não tem problema", analisou Luz.

O dono da Maxxima admitiu quo contrato em Ribeirão foi feito por indicação de Maurício, com quem já havia feito negócios em Taboão da Serra, por meio da empresa Fonseca & Amorim Médicos Associados. "Um mês após a parceria em Taboão, fomos para Ribeirão Pires", contou o empresário.

Luz admitiu que foi em Ribeirão que conheceu Renata Lin, apresentada como gestora médica e administrativa. "Ela que passava as recomendações. Todo treinamento era direcionado por ela (...) Recebia e pagava fatura", contou.

Renata está no epicentro do suposto esquema de desvio de verba. Ela é médica anestesista licenciada da Prefeitura, atuou como diretora clínica do São Lucas, era procuradora do Illuminatus com plenos poderes para mexer nas contas do instituto, além de realizar pagamentos para suas empresas, inclusive a MRF Médicos Associados, na qual é sócia com Maurício.

ENCONTRO

Luz confirmou que esteve no gabinete do prefeito Clóvis Volpi (PV), mas negou que o motivo da visita foi a pendência de R$ 198 mil referente ao serviço prestado em junho. "Era pré-candidato a prefeito em Taboão (pelo PRTB), fui falar de política", alegou. O empresário disse que estava com sua secretária e seu segurança, assim como Volpi descreveu ao afirmar que fora intimidado. "Não é nosso perfil intimidar ninguém", disse Luz.




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