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Lula inicia pelo PTB acerto da reforma ministerial
06/01/2005 | 13:34
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou pelo PTB o acerto de sua base aliada para fechar o xadrez da reforma ministerial prevista para este mês. A cúpula petebista decidiu facilitar a vida do presidente e abriu mão de reivindicar mais espaço no primeiro escalão federal, mantendo sob seu comando a pasta do Turismo, entregue ao ex-deputado Walfrido Mares Guia (MG).

“Não quero mais ministério. Prefiro ter poder nas estatais”, disse o presidente do partido, deputado Roberto Jefferson (RJ) a Lula, em conversa no Palácio do Planalto, segundo relato de outro petebista presente ao encontro.

Jefferson está convencido de que, uma vez nomeado, o ministro torna-se um braço do governo dentro do partido o que, em vez de ajudar a consolidar a legenda, acaba dividindo. Com isso, fica mais fácil compor com o PP, que tem 54 deputados e não se conforma de ainda estar fora da Esplanada dos Ministérios. O governo prometeu que fará o líder pepista na Câmara, Pedro Henry (MT), ministro e a hipótese mais provável é a de que ele assuma os Esportes, embora nos últimos dias o presidente não esteja dando sinal algum de que pretenda demitir o deputado Agnelo Queiroz (PCdoB-DF).

Segundo um importante interlocutor de Lula, o presidente tem se queixado do desempenho de outro ministro: o senador Amir Lando (PMDB), da Previdência Social. As queixas têm colaborado para embolar o jogo de poder interno no PMDB, onde a bancada do Senado já identifica um movimento do líder na Câmara, José Borba (PR), para ir para o ministério. Mas o presidente também não avançou um milímetro na negociação em torno do terceiro ministério do PMDB, que comanda também as Comunicações, com o deputado Eunício Oliveira (CE).

Em sua passagem discreta por Brasília na terça-feira, apenas para tratar de ministério, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), reuniu-se com o senador José Sarney (PMDB-MA), a quem deve suceder na presidência do Congresso a partir de fevereiro. A idéia dos dois era fechar na quarta-feira mesmo o pacote de reivindicações do partido e entregá-lo ao presidente da República. Mas depois de uma série de contatos pessoais e telefônicos com ministros e articuladores políticos de Lula, ambos concluíram que o timing presidencial é outro e que ainda é cedo para colocar os pleitos do partido na mesa de negociações. Antes será preciso que Lula avance nos acertos globais com outros partidos da base e que pacifique o PT e os aliados que andam às turras na sucessão da Câmara.

Enquanto não conclui os acertos políticos, o presidente vai fechando a reforma mais estrutural do governo. Segundo um de seus interlocutores, a idéia é “enxugar” um pouco a máquina, retornando alguns ministérios à condição de secretarias. No caso da Comunicação de Governo, o ministro Luiz Gushken mantém o posto mas deverá ficar apenas com a gestão estratégica do governo. Insatisfeito com a comunicação do governo, Lula tem dito que pretende separar este setor da gestão estratégica e indicar um secretário para informar melhor ao cidadão comum as ações do Executivo federal.



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