Projeto da Prefeitura prevê adequação de espaço que abriga Museu Municipal para receber acervo de livros da cidade
A Estância Turística de Ribeirão Pires está prestes a implantar um Centro Histórico Literário. O prédio que hoje é sede do Centro de Exposições e História Ricardo Nardelli, situado ao lado da Prefeitura, deverá ser adaptado para abrigar, até o fim deste ano, três diferentes tipos de acervos de livros da cidade, inclusive os quase 35 mil títulos da Biblioteca Municipal Olavo Bilac.
A Secretaria de Turismo ribeirão-pirense projeta que esta será área dedicada à arte da escrita e à leitura. A iniciativa é mais um dos desdobramentos da 1ª Flirp (Feira Literária de Ribeirão Pires), promovida nos dias 24 e 25 de setembro, na região central da cidade.
O evento, apoiado pelo Diário, reuniu diferentes linguagens culturais em torno do livro, com a presença, entre outros convidados, de imortais da literatura nacional – Ignácio de Loyola Brandão e Antônio Carlos Secchin.
O Centro Histórico abrigará, além do acervo da Biblioteca Olavo Bilac, seções temáticas. Está prevista a criação da Biblioteca de Artes Oswald de Andrade, em homenagem ao modernista que viveu nos anos de 1950 em Ribeirão Pires. Este acervo será voltado a títulos sobre teatro, dança, música, ao folclore, cultura popular, entre outros assuntos.
Outra novidade deverá ser a implantação da Biblioteca de Patrimônio Roberto Botacin, dedicada aos livros sobre a história do município. O CDH (Centro de Documentação e História), que já está instalado no prédio, será mantido no local.
“A ideia de criar o Centro Histórico Literário é transformar a Flirp em uma ação perene na cidade. Primeiro pela valorização da literatura em âmbito municipal, que nunca teve política pública específica. E também como forma de reconhecer a literatura como setor criativo, integrado a outras linguagens artísticas, atrelada à pesquisa histórica”, explicou o historiador e diretor de Patrimônio Histórico de Ribeirão Pires, Marcílio Duarte.
ESPAÇO LITERÁRIO
Mais do que estabelecer estrutura centralizada para os acervos de livros do município, o novo projeto da Prefeitura prevê a criação do Espaço Flirp. O Centro Histórico Literário deverá ter áreas reservadas a coworking literário, para acolher escritores em seu processo de produção de contos, poesias, entre outros gêneros, e salas para oficinas, entre as quais sobre escrita criativa, e para receber atividades do Clube de Leitura da cidade.
O prédio que deverá abrigar o novo Centro Histórico Literário Ricardo Nardelli é atualmente sede do Museu Municipal Família Pires. Para dar espaço à nova proposta, o acervo tridimensional será transferido para outra área da cidade. A Prefeitura avalia qual será o novo endereço do Museu. Entre as possibilidades está área próxima à Emarp (Escola Municipal de Artes de Ribeirão Pires).
LEGADO DA 1ª FLIRP
Com público estimado de 18 mil visitantes, a Feira Literária de Ribeirão Pires celebrou, em sua primeira edição, a cultura nacional, com programação voltada à Semana de Arte Moderna de 1922 e homenagens a um de seus idealizadores, o escritor Oswald de Andrade.
A filha do modernista, Marília de Andrade, doou ao acervo municipal, durante a Flirp, coleção de livros do pai, as Obras Completas de Oswald de Andrade, da Editora Globo. Os títulos foram editados a partir dos anos 90 até 2015, com revisão dos professores Jorge Schwartz e Gênese Andrade, da USP (Universidade de São Paulo).
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