Órgão eleitoral alega que o deputado estadual, que disputa a reeleição, fez uso da máquina pública para promover sua candidatura
O MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu a cassação da candidatura de Thiago Auricchio (PL), que busca a reeleição para deputado estadual. O motivo, segundo a Procuradoria Regional Eleitoral do Estado, é o uso da máquina pública para promoção da candidatura.
O fato aconteceu no dia 29 de junho, em evento de prestação de contas promovido pela Prefeitura de São Caetano, que pagou quase R$10 mil para alugar um espaço privado. Em discurso, o vice-prefeito Carlos Alberto Seraphim (PL) pediu votos para Thiago, que é filho do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) e que estava presente no evento. Também foi publicado vídeo nas redes sociais e no site da Prefeitura com os pedidos de votos para o deputado.
"Recursos públicos foram deliberadamente aplicados para a promoção do candidato representado, sendo que os co-representados, prefeito e vice, fizeram tudo o que estava a seu alcance para auxiliar na campanha para reeleição de Thiago Auricchio", relata o documento assinado pela procuradora Eugênia Augusta Gonzaga.
O caso chegou ao Ministério Público após a vereadora Bruna Biondi (Psol) fazer uma representação em agosto. De imediato, o MPE determinou a retirada do vídeo do site da Prefeitura e das redes sociais por propaganda antecipada, já que, à época, as campanhas eleitorais ainda não haviam começado. Também foi aplicada multa ao vice-prefeito, de R$ 2.000.
"Precisamos parar de aceitar a lógica de usar o aparato público como se não houvesse regras eleitorais. Existem regras claras e nós temos que ter respeito com os nossos munícipes", disse a vereadora.
Além da cassação, a Procuradoria Regional Eleitoral do Estado pediu a aplicação de multa ao candidato e ao PL.
O Diário procurou Thiago Auricchio, mas ele não respondeu às solicitações de contato até o fechamento desta edição.
O EVENTO
A Prefeitura de São Caetano desembolsou R$ 9.500 para alugar o Samyr Buffet, localizado no bairro Barcelona, para realizar evento de prestação das contas públicas. Embora não tenha aberto inquérito, o Ministério Público considerou desnecessário o valor usado para o aluguel do espaço.
"A audiência em questão foi realizada em espaço privado, mas aberto ao público, desnecessariamente alugado para fins de uma mera prestação de contas", escreveu a procuradora Eugênia Augusta Gonzaga. Para a vereadora Bruna Biondi, o fato de a Prefeitura ter alugado um local privado para a realização do evento evidencia que o principal objetivo era a promoção da candidatura de Thiago Auricchio.
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