Lá vem a jardineira da Vila Assunção. Ela percorre as primeiras vias urbanas de Santo André. Todos se conhecem, motorista e passageiros. Eles acreditaram na cidade, que ajudaram a construir.
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Na história dos transportes coletivos do Grande ABC, a presença da família Gamba. Emílio Gamba e o filho Virgílio Gamba criaram a Empresa Auto-ônibus Vila Esperança, a primeira linha do então Distrito de Santo André, conforme assinala o “Álbum de São Bernardo”, de João Netto Caldeira, escrito em 1936 e lançado em 1937.
Segundo a publicação, a empresa dos Gamba possuía três carros confortáveis, “dispondo de lotação para 22 passageiros e fazendo viagens com rigorosa pontualidade”.
A linha interligava a Vila Assunção, onde os Gamba moravam, à Estação de Santo André. O percurso era dividido em duas seções, cobrando-se 300 réis pela primeira e 400 réis pela viagem completa.
TÚNEL DO TEMPO
Era 1936, 1937. Oitenta e cinco anos depois, Maria Teresa Monegatto, neta de Virgílio Gamba, bisneta de Emílio Gamba, oferece à “Memória” uma série de documentos da família. Entre os documentos, um recorte desta página Memória, em que o jornalista Hildebrando Pafundi, que foi vizinho dos Gamba, falou desta linha de ônibus pioneira.
Quem guardou o recorte foi dona Lucia, filha de Virgílio Gamba e mãe de Maria Teresa.
VIRGÍLIO GAMBA
(São João da Boa Vista, 19-3-1898 - Santo André, 30-1-1961).
Filiação: Emilio Gamba e Maria Guilardi
Esposa: Teresa Delboni
Filhos: Armando, Lourdes, Lucia, José, Luiz e Álvaro.
Residência: Praça Almeida Junior, 43
Profissão: motorista profissional.
DOIS LARGOS
Recorremos ao texto de Hildebrando Pafundi de anos atrás.
Título: “Vila Assunção, sonho e realidade”.
Pafundi escreveu:
ASSIM...
...vai-se escrevendo a fascinante história de Santo André, compondo a belíssima história do Grande ABC
Crédito das fotos 1, 2 e 3 – Acervo: Maria Teresa Monegatto
CONSTRUÇÃO. A carteira de motorista de Virgílio Gamba e dois momentos da empresa familiar, com uma das antigas jardineiras e o ônibus mais moderno que apontava para Rudge Ramos, até a Vila Império. Nesta segunda foto, dois nomes identificados: Josué Monegatto (ao centro, pai de Maria Teresa) e, à direita, Osvaldo Gamba, o caçula do casal Virgílio/Teresa
INDEPENDÊNCIA – 5ª oração
Da série de trabalhos sobre o bicentenário da Independência do Brasil, uma sexta oração nascida na Escola Celso Gama, de Santo André, e recitada em 9 de setembro junto ao Cruzeiro da Independência, na Vila Assunção.
Para ler em forma de pagode, ou rap ou funk. A escolha é sua, leitor...
Depois de nós é nós de novo
Pietro Matheus Rodrigues
Brasil, país dos correria
Que anda a mil
Isso que nós têm só 500 anos.
No decorrer da história as coisas foram mudando
Mas quem diria que tanto?
Mó loucura esse nosso brasilzão.
Às vezes somos deixados de canto
Mas nunca pelas nossas mãos.
Por muito tempo nós já sofreu
Mas quem disse que nosso povo se vendeu?
Ditadura militar, dividas externas, inflação
Mas o nosso povo segue firmão
Daquele jeito, naquele pique, ôôô diacho.
Tem nosso samba
Nosso pagode
Nosso rap
Nosso funk
Tudo nosso, nada deles.
Depois de nós é nós de novo.
Mas tem hora que bate mó neurose.
200 anos de Independência, pô, mó sorte!
Nós foi colonizado, invadido, roubado, destruído mas se for parar pra ver, nosso povo, mesmo ferido, segue sorrindo.
Isso é motivo pra felicidade?
Pra mim não.
Se o passado fosse outro, nosso futuro tava em melhor condição.
Mas, e aí?
Fazer o que?
Agora já foi.
Por isso que o povo pobre tem que correr por dois
Sem amparo, sem tecnologia, sem investimento na educação.
Nós têm que correr por nós mesmos.
E mais um milhão.
Mas mesmo nessa situação,
Eu ainda amo nosso brasilzão.
Feliz 200 anos de Independência
Para mim e pra você, irmão.
E segue daquele jeitão
Um dia atrás do outro
Sem muita enrolação.
Vâmo que vâmo
Nosso destino é traçado por nossas próprias mãos.
Crédito da foto 4 – Projeto Memória
BRASILZÃO. Aluno Pietro: “povo pobre tem que correr por dois”
SANTOS DO DIA
REVOLUÇÃO DE 32
71º dia: 17 de setembro
A brilhante atividade das forças constitucionalistas.
Cf. manchete do Estadão, edição de 18-9-1932.
O outro lado
Do Diário de Getúlio Vargas: os rebeldes continuam a retirada na frente de leste: entregam Lorena e já estão evacuando Guaratinguetá.
HOJE
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