Fernandinho Beira-Mar está detido e incomunicável no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, desde o dia 27 de fevereiro. A hipótese de envolvimento de Beira-Mar com o crime foi levantada porque o juiz assassinado era o responsável pela transferência de presos da região e pelos benefícios que eram concedidos aos detentos.
Nesta segunda, quatro promotores do Gaeco chegaram a Presidente Bernardes, em um avião da Polícia Militar, para auxiliar nas investigações sobre a morte do juiz. Os promotores se dirigiram ao interior de São Paulo para interrogar presos ligados a facções criminosas. Fernandinho Beira-Mar foi apenas um dos detentos ouvidos.
Enquanto isso, avançam as investigações sobre a morte do juiz. Segundo informações extra-oficiais, os policiais tiveram a informação de que as ameaças contra o magistrado não partiram de Presidente Bernardes, mas sim de Presidente Prudente. Os investigadores encontraram uma carta anônima, enviada no final do ano passado, no gabinete do juiz. O texto tinha expressões comuns entre membros de organizações criminosas e reclamava do tratamento nos presídios do interior de São Paulo. A carta afirmava também que algo poderia acontecer com o juiz em breve.
A ligação do assassinato com Fernandinho Beira-Mar também perdeu força depois que a polícia descobriu que o Uno branco, utilizado por um dos matadores, foi roubado no dia 4 de fevereiro – 23 dias antes da execução de Machado Dias. Além disso, a polícia teve acesso a conversas de presos de Presidente Prudente, que falavam em códigos sobre o crime e comemoravam a morte do juiz.
A Força Tarefa também espera que a divulgação dos retratos-falados dos supostos autores do crime ajude nas investigações. O Disque-Denúncia (0800-156315) já recebeu diversas informações sobre o paradeiro dos possíveis assassinos, e todas estão sendo apuradas.
Bastos - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira que quer ampliar o tempo de isolamento para os presos considerados perigos de um para seis meses, antes de colocá-los em contato com os demais detentos, para todo o país. O Estado de São Paulo já segue a determinação, como confirmou o governador Geraldo Alckmin. No entanto, ele admitiu que o tempo deveria ser até maior do que seis meses.
Segundo o ministro, não há problemas, do ponto de vista legal, para a extensão da medida para o território nacional. Bastos disse ainda que o governo Lula não dará trégua ao crime organizado e confirmou um reforço na segurança da família.
Rio - O coronel Jorge da Silva, presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio, disse nesta segunda-feira, em entrevista à Ràdio CBN, que Beira-Mar poderia ficar no Rio, desde que em um presídio de segurança máxima administrado pelo governo federal.
No entanto, ele explicou que esta é sua opinião e não reflete o desejo da governadora Rosinha Matheus. De acordo com o coronel, será criado um comitê gestor integrado de inteligência e operações.
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