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Beira-Mar nega envolvimento com a morte de juiz
Do Diário OnLine
17/03/2003 | 20:01
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O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, afirmou nesta segunda-feira que não está envolvido com a morte do juiz Antônio José Machado Dias, executado na última sexta-feira em uma emboscada armada em Presidente Prudente. Segundo informações da advogada de Beira-Mar, Cecília Machado, o traficante lamentou a morte do juiz e afirmou, em depoimento a promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), que nunca tinha ouvido falar no magistrado. Ele também disse que tomou conhecimento do assassinato somente na tarde desta segunda, por meio dos promotores.

Fernandinho Beira-Mar está detido e incomunicável no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, desde o dia 27 de fevereiro. A hipótese de envolvimento de Beira-Mar com o crime foi levantada porque o juiz assassinado era o responsável pela transferência de presos da região e pelos benefícios que eram concedidos aos detentos.

Nesta segunda, quatro promotores do Gaeco chegaram a Presidente Bernardes, em um avião da Polícia Militar, para auxiliar nas investigações sobre a morte do juiz. Os promotores se dirigiram ao interior de São Paulo para interrogar presos ligados a facções criminosas. Fernandinho Beira-Mar foi apenas um dos detentos ouvidos.

Enquanto isso, avançam as investigações sobre a morte do juiz. Segundo informações extra-oficiais, os policiais tiveram a informação de que as ameaças contra o magistrado não partiram de Presidente Bernardes, mas sim de Presidente Prudente. Os investigadores encontraram uma carta anônima, enviada no final do ano passado, no gabinete do juiz. O texto tinha expressões comuns entre membros de organizações criminosas e reclamava do tratamento nos presídios do interior de São Paulo. A carta afirmava também que algo poderia acontecer com o juiz em breve.

A ligação do assassinato com Fernandinho Beira-Mar também perdeu força depois que a polícia descobriu que o Uno branco, utilizado por um dos matadores, foi roubado no dia 4 de fevereiro – 23 dias antes da execução de Machado Dias. Além disso, a polícia teve acesso a conversas de presos de Presidente Prudente, que falavam em códigos sobre o crime e comemoravam a morte do juiz.

A Força Tarefa também espera que a divulgação dos retratos-falados dos supostos autores do crime ajude nas investigações. O Disque-Denúncia (0800-156315) já recebeu diversas informações sobre o paradeiro dos possíveis assassinos, e todas estão sendo apuradas.

Bastos - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira que quer ampliar o tempo de isolamento para os presos considerados perigos de um para seis meses, antes de colocá-los em contato com os demais detentos, para todo o país. O Estado de São Paulo já segue a determinação, como confirmou o governador Geraldo Alckmin. No entanto, ele admitiu que o tempo deveria ser até maior do que seis meses.

Segundo o ministro, não há problemas, do ponto de vista legal, para a extensão da medida para o território nacional. Bastos disse ainda que o governo Lula não dará trégua ao crime organizado e confirmou um reforço na segurança da família.

Rio - O coronel Jorge da Silva, presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio, disse nesta segunda-feira, em entrevista à Ràdio CBN, que Beira-Mar poderia ficar no Rio, desde que em um presídio de segurança máxima administrado pelo governo federal.

No entanto, ele explicou que esta é sua opinião e não reflete o desejo da governadora Rosinha Matheus. De acordo com o coronel, será criado um comitê gestor integrado de inteligência e operações.




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