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O alerta do IBGE
Editorial
23/07/2022 | 11:37
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Arte: Seri


Raio X da indústria divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprova que o Grande ABC estava corretíssimo ao dar início a amplo debate com o objetivo de buscar caminhos alternativos ao padrão fabril que vigora na região desde os anos 1950, com a instalação das primeiras montadoras de veículos. O modelo industrial responsável pela pujança econômica e social das últimas sete décadas ficou no passado. É preciso, portanto, renovar-se.

Os dados do IBGE, cujo recorte regional foi obtido pela equipe do Diário, mostram que as sete cidades perderam 1.787 indústrias em uma década, no intervalo compreendido entre os anos 2011 e 2020. O segmento de metalurgia foi o mais impactado, com o fechamento de 750 empresas. O impacto social do encerramento de centenas de unidades produtivas no Grande ABC foi imenso, resultando na extinção de 209.189 postos de trabalho.

São Bernardo foi a cidade mais atingida pela desindustrialização, de acordo com os dados do IBGE. Sozinho, o município perdeu 280 unidades fabris em dez anos.
O caso mais emblemático foi a paralisação da linha de produção da Ford. Em 30 de outubro de 2019, após 52 anos, a montadora de origem norte-americana pôs fim às atividades no bairro do Taboão – no auge de sua história, a companhia mantinha 12 mil empregos e fazia modelos icônicos de carros, como Corcel, Del Rey e Escort XR3.

Autoridades políticas e administrativas, além de lideranças empresariais e sindicais, do Grande ABC precisam ficar atentas ao alerta emitido pela divulgação dos indicadores do IBGE. A realidade econômica das sete cidades está sofrendo rápida transformação e é preciso entender os sinais, discutir a questão e propor mudanças de rumo para que as sete cidades não sejam atropeladas pela história.

A indústria automobilística teve o seu papel fundamental no desenvolvimento do bloco de municípios, mas ela está ficando para trás. Qual setor ou segmento vai ocupar, daqui por diante, o vácuo deixado por ela? Desta resposta depende o futuro da região.




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